Bolsonaro: o candidato à presidência acusou o PT de fazer política "comprando consciências" (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Reuters
Publicado em 18 de outubro de 2018 às 14h22.
Última atualização em 19 de outubro de 2018 às 14h31.
O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, usou o Twitter para responder ao petista Fernando Haddad, depois que este citou matéria da Folha de S.Paulo sobre empresas que estariam comprando pacote de mensagens contra o PT e voltou a acusar o capitão reformado de espalhar "fake news".
Apoio voluntário é algo que o PT desconhece e não aceita. Sempre fizeram política comprando consciências. Um dos ex-filiados de seu partido de apoio, o PSOL, tentou nos assassinar. Somos a ameaça aos maiores corruptos da história do Brasil. Juntos resgataremos nosso país!
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) October 18, 2018
Segundo Bolsonaro, o "PT não está sendo prejudicado por 'fake news', mas pela VERDADE". "Roubaram o dinheiro da população, foram presos, afrontaram a justiça, desrespeitaram as famílias e mergulharam o país na violência e no caos. Os brasileiros sentiram tudo isso na pele, não tem mais como enganá-los!", escreveu.
Minutos depois, o candidato do PSL fez outra publicação, na qual questiona: "Quem é o 'Avião' na lista da Odebrecht?". Trata-se, aparentemente, de uma referência à vice de Haddad, Manuela D'Ávila (PCdoB), que teria esse apelido na lista de pessoas que teriam recebido doações do setor de propina da Odebrecht, segundo delatores da empresa.
Manuela já negou essa acusação e disse que todos os valores que recebeu na campanha de 2012 foram devidamente declarados.
Mais cedo, após vir à tona a revelação de que empresas bancaram a disseminação de mensagens contra o PT nas redes sociais, Haddad afirmou, em coletiva de imprensa, que vai acionar todos os mecanismos judiciais para que a campanha de Jair Bolsonaro (PSL) e os empresários supostamente envolvidos sejam punidos.
O petista citou até a possibilidade de que a candidatura do adversário seja impugnada e o terceiro colocado no primeiro turno seja chamado para disputar a segunda etapa da disputa. "Em qualquer lugar do mundo isso seria um escândalo de proporções avassaladoras, poderia encerrar até com a impugnação da candidatura com a chamada do terceiro colocada para disputar o segundo turno", disse Haddad.
Além dos contratos de R$ 12 milhões citado pela reportagem da Folha para serviços de disparos de mensagens no WhatsApp, Haddad disse que há indícios de outros "milhões de reais" em contratos ainda não identificados. O petista apontou que o próprio adversário, falando por viva-voz no celular, pediu a empresários que financiassem a disseminação de mensagens aos eleitores. Para Haddad, houve crimes de organização criminosa, caixa dois, calúnia, difamação e lavagem de dinheiro.