Operação inicial é restrita ao limite do centro expandido (Uber/Divulgação)
Redatora
Publicado em 22 de janeiro de 2025 às 11h05.
Última atualização em 22 de janeiro de 2025 às 11h38.
A Uber anunciou nesta quarta-feira, 22, que retomará a oferta de serviços de caronas em motocicletas na cidade de São Paulo. A medida ocorre após a Justiça de São Paulo negar, na terça-feira, um pedido da prefeitura para multar a 99 por operar o mesmo serviço, proibido na capital desde 2021.
Inicialmente, o Uber Moto estará disponível apenas fora do centro expandido, modelo já adotado pela concorrente. Em nota, a empresa afirmou que a restrição geográfica "permitirá avaliar a demanda e o uso do serviço, ao mesmo tempo que oferece uma opção acessível para áreas mais periféricas".
Vou até as últimas consequências, diz Nunes sobre proibição do serviço de moto da 99 em SPSegundo a decisão do juiz Josué Vilela Pimentel, há jurisprudência favorável à legalidade do serviço em outros municípios, o que foi determinante para a liberação. O magistrado destacou que legislações semelhantes, que tentaram proibir o uso de motocicletas para transporte individual privado, já foram consideradas inconstitucionais por outros tribunais.
Apesar de ser uma liminar — decisão provisória que pode ser revista —, o parecer abre caminho para a reestruturação do serviço na capital paulista. Uma análise definitiva da legalidade do decreto municipal que proíbe o mototáxi ainda será feita em julgamento futuro, sem prazo definido.
Desde que foi implementada em 2021, a proibição da prefeitura motivou intensas fiscalizações. Somente na última semana, 126 motocicletas foram apreendidas por operar como mototáxis. Em relatórios técnicos, a administração municipal justificou a proibição alegando "riscos à saúde pública", citando o elevado número de acidentes fatais envolvendo motociclistas.
Ainda assim, o serviço já era comum em regiões periféricas de São Paulo, seja de forma clandestina ou por meio de aplicativos. O recente avanço da 99, que passou a operar oficialmente mesmo sob risco de multas, influenciou a Uber a buscar respaldo jurídico semelhante.
A gestão de Ricardo Nunes vinha apostando em decisões judiciais favoráveis à proibição, mas enfrenta um cenário de precedentes desfavoráveis em cidades da região metropolitana, onde o serviço já funciona regularmente. Além disso, o pedido de indenização por dano moral coletivo, no valor de R$ 50 milhões, também foi rejeitado.