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Após 42 dias, estudantes deixam a 1ª escola ocupada

No auge dos protestos, 196 colégios foram ocupados, segundo a Secretaria Estadual da Educação; na segunda, eram 28.

Contra o fechamento:  (Rovena Rosa / Agência Brasil)

Contra o fechamento: (Rovena Rosa / Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 22 de dezembro de 2015 às 10h24.

São Paulo – Primeiro colégio ocupado contra a reorganização escolar do governo Geraldo Alckmin (PSDB), a Escola Estadual Diadema foi desocupada nesta segunda-feira, 21, após 42 dias tomada pelos estudantes.

No auge dos protestos, 196 colégios foram ocupados, segundo a Secretaria Estadual da Educação. Na segunda, eram 28.

"Conseguimos nosso objetivo com a ocupação, o governador recuou na reorganização e conseguimos o apoio de toda a comunidade escolar. Agora, nossa luta continua, mas com outras estratégias para conseguirmos uma educação pública de qualidade", disse Luana Maciel, de 17 anos, aluna do 3º ano.

Na semana passada, o Comando das Escolas, grupo formado por alunos de diversas unidades tomadas, anunciou que entregaria as escolas até esta segunda, por entender que as ocupações "cumpriram sua função".

Entre as que permaneceram ocupadas, os alunos têm demandas específicas, como é o caso da Carlos Gomes, em Campinas. Os estudantes querem a remoção da diretora da unidade, por alegarem que ela é autoritária e persegue alunos e professores.

Na quinta-feira, a Justiça determinou a reintegração de posse da unidade. No entanto, até a tarde desta segunda, os alunos permaneciam acampados no local.

Na escola Fernão Dias, em Pinheiros, a primeira a ser ocupada na capital, os alunos também pedem a saída da diretora, que consideram autoritária. Com a onda de protestos, ao menos dois diretores foram afastados. A SEE informou que todas as denúncias serão apuradas.

Protesto

Uma manifestação de estudantes contrários à política educacional do governo Geraldo Alckmin (PSDB) terminou em confusão na noite de segunda-feira na Estação Sé do Metrô. Os alunos haviam conduzido um ato pacífico por quatro horas e meia, mas resolveram pular as catracas no local e, por volta das 21h30, foram reprimidos por agentes da segurança, que agiram com cassetetes contra os jovens.

O ato, que começou por volta das 17 horas na Avenida Paulista, seguiu até a Sé, onde se dispersou. Os manifestantes desceram então para a estação e pularam as catracas.

Um grupo grande havia passado sem pagar quando seguranças se reuniram e impediram que mais gente pulasse.

Um fotógrafo teve a lente quebrada por um dos seguranças. Ao menos dois estudantes foram arrastados pelas catracas.

O estudantes Eudes Cassio da Silva, de 18 anos, foi cercado por dois seguranças e atacado com cassetetes. "Eu não fiz nada, os caras vieram pra bater", disse ele, mostrando os hematomas no braço.

Por meio da assessoria, o Metrô informou que os seguranças agiram para impedir que os manifestantes invadissem a Estação da Sé. "O grupo burlou o sistema e os agentes de segurança do Metrô usaram de força moderada para conter os manifestantes."

Em meio a chuva que caía na região, os estudantes ocuparam às 18h47 a Avenida Paulista no sentido Consolação. Desde o período da tarde, os manifestantes se concentravam sob o vão-livre do Masp, onde começou o bloqueio.

Eles desceram pela Avenida Consolação, passaram pela Secretaria da Segurança Pública e finalizaram o ato na Praça da Sé.

O movimento não chegou a um consenso sobre a total desocupação das unidades. Segundo o estudante João Oliveira, de 17 anos, o ato de segunda teve o objetivo de mostrar que a mobilização dos estudantes continua.

"Mesmo com a desocupação das escolas, queremos que não se perca essa mobilização histórica dos secundaristas", diz ele, que participa da ocupação na Escola Estadual Fernão Dias.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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