Minas Gerais: hospital de Belo Horizonte atende pacientes com covid-19. (Pedro Vilela/Getty Images)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 7 de janeiro de 2021 às 20h00.
Última atualização em 7 de janeiro de 2021 às 20h25.
O Brasil bateu um triste recorde nesta quinta-feira, 7. O país registrou um total de 1.524 mortes por covid-19 em 24 horas. Também foram contabilizados 87.843 casos confirmados da doença. De acordo com dados do Ministério da Saúde, são os mais altos valores desde o início da pandemia.
Apenas em julho foi confirmado um número maior de óbitos, de 1.595, mas na época houve um represamento de dados causados por problemas na plataforma do governo federal.
Os dados de recorde também foram contabilizados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). De acordo com a plataforma que compila os dados, foram 1.841 novas mortes, e 94.517 infecções confirmadas em um dia.
O período de recordes coincide com duas semanas após o Natal. Este intervalo de 14 dias é justamente o tempo máximo em que o vírus pode se manifestar, segundo especialistas em saúde.
É preciso levar em consideração também o atraso entre o diagnóstico e a inserção dos dados nas plataformas oficiais, ou seja, muitas pessoas precisaram de atendimento médico poucos dias depois das festas natalinas. Nos últimos dois dias, a confirmação de mortes está acima de 1.100 e a de casos acima de 56.000.
Antes das festas de fim de ano, autoridades de saúde emitiram alertas sobre as aglomerações. O Centro de Contingência da Covid-19 de São Paulo chegou até a emitir uma carta se mostrando preocupado com as aglomerações das festas de final de ano e pediu o isolamento para evitar uma explosão de casos.
No período de festas, o governo de São Paulo, o estado mais atingido pela pandemia, decidiu deixar por poucos dias a quarentena mais restrita em todas as regiões. O objetivo do governo estadual foi frear o avanço da covid-19, que registou um aumento de 68% nos casos da doença no mês de dezembro.
Mesmo sem considerar o período de festas de final de ano, muitas cidades viram o número de casos saltar a índices alarmantes. Manaus, por exemplo, teve um crescimento de 193% em apenas um mês. A cidade decretou estado de emergência, e os hospitais voltaram a registrar cenas de colapso, idênticos ao primeiro pico da covid-19.
O Rio de Janeiro é outra capital que enfrenta problemas no atendimento de saúde. Muitos hospitais estão com 100% da capacidade de atendimento, tanto em leitos de UTI quanto em leitos de enfermaria. Belo Horizonte vai entrar em lockdown a partir de segunda-feira, 11.
No mesmo dia em que o país bateu recorde de registro de vítimas e de casos, também ultrapassou a barreira dos 200.000 mortos. Segundo dados do Ministério da Saúde, são 200.498 óbitos e 7.961.673 casos confirmados na doença.
O Brasil é o segundo país com mais mortes por covid-19, só atrás dos Estados Unidos, com 364.063. Em relação ao número de casos, os americanos também concentram os maiores registros, com mais de 21,5 milhões. A Índia vem logo em seguida, com pouco mais de 10,3 milhões. O Brasil é o terceiro colocado. Os dados são da Universidade Johns Hopkins.
A grande solução para a covid-19 é uma vacina. Nesta quinta-feira, Instituto Butantan disse que os resultados de eficácia do imunizante que desenvolve, em parceria com o laboratório chinês Sinovac, ficaram em 78% no estudo com voluntários brasileiros. Agora, o instituto pretende pedir registro de uso emergencial junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar uma campanha de vacinação.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse durante coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira, 7, que fechou um acordo com o Instituto Butantan e que o governo federal ficará com todas as doses da Coronavac que deverão ser produzidas. A entidade ligado ao governo paulista disse que ainda está avaliando o acordo.