Brasil

Após 13 anos, tropas brasileiras encerram operações no Haiti

A missão contou com 37.500 militares brasileiros que atuaram no país em meio a tensões políticas e crises humanitárias geradas por desastres naturais

Haiti: o país mais pobre das Américas vive atualmente um período bem mais calmo do que há 13 anos (Getty Images/Getty Images)

Haiti: o país mais pobre das Américas vive atualmente um período bem mais calmo do que há 13 anos (Getty Images/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 31 de agosto de 2017 às 20h02.

São Paulo - As Forças Armadas do Brasil encerram nesta quinta-feira suas operações no Haiti, 13 anos após o início da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah, na sigla em francês), que contou com a presença de 37.500 militares brasileiros e atuou no país em meio a tensões políticas e crises humanitárias geradas por desastres naturais.

A desmobilização do contingente militar brasileiro, atualmente de cerca de 980 militares, será marcada em cerimônia no país caribenho com a presença do ministro da Defesa, Raul Jungmann na noite desta quinta.

As forças brasileiras iniciarão, de acordo com a pasta, a operação de transporte de pessoal e de material ao Brasil e a Minustah, que sempre esteve sob comando militar brasileiro desde sua criação em 2004, encerrará oficialmente suas atividades no dia 15 de outubro.

Além da crise política e dos episódios de violência que levaram à queda em 2004 do então presidente haitiano Jean-Bertrand Aristide, a Minustah e as tropas brasileiras tiveram de lidar com as consequências do terremoto que devastou o Haiti em 2010, matando 200 mil pessoas - entre elas a ativista humanitária brasileira Zilda Arns  -, e do furacão Matthew, que deixou milhares de desabrigados em 2016.

"Desde a chegada da Minustah ao Haiti, o país realizou três eleições presidenciais democráticas e contou com o apoio da missão para superar a fase crítica de emergência humanitária pós-terremoto de 2010 e pós-furacão de 2016", afirma nota no site do Ministério das Relações Exteriores sobre a missão.

"Do ponto de vista da segurança, a missão foi bem-sucedida em conter a ação de grupos criminosos que antes atuavam na capital, Porto Príncipe, sobretudo nos bairros de Belair, Cité Soleil e Cité Militaire."

Segundo dados da ONU, 27 brasileiros morreram nos 13 anos de Minustah, alguns deles em decorrência do terremoto de 2010.

A morte que mais chamou a atenção de um brasileiro pertencente à Minustah foi a do general Urano Bacellar, então comandante militar da missão.

O general foi encontrado morto no local em que morava em Porto Príncipe e investigações da ONU e de autoridades brasileiras apontaram suicídio.

O Haiti, país mais pobre das Américas, vive atualmente um período bem mais calmo do que há 13 anos com o reforço no contingente da Polícia Nacional Haitiana, que já assumiu boa parte das missões de patrulhamento no país.

A ONU seguirá atuando em solo haitiano, mas em uma missão sem presença militar.

Uma resolução do Conselho de Segurança da ONU de abril deste ano determinou que, a partir de 16 de outubro passará a atuar no país caribenho a Missão das Nações Unidas para o apoio à Justiça no Haiti (Minujusth), que será composta apenas por civis e policiais.

Acompanhe tudo sobre:América CentralDesastres naturaisHaiti

Mais de Brasil

STF pode rediscutir compensação da desoneração da folha, diz Haddad

Lula confirma Pedro Lucas como novo ministro das Comunicações após indicação do União Brasil

Revisão da vida toda do INSS: aposentados que receberam a mais não precisarão devolver valores

Haddad: Fazenda ainda não estuda ampliação de isenção de conta de luz