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Apoiado por Tereza Cristina, Marquinhos Trad é reeleito em Campo Grande

Liderando com folga durante toda a campanha, o atual prefeito Marquinhos Trad (PSD) venceu no 1º turno na capital do Mato Grosso do Sul

Marquinhos Trad (PSD), prefeito reeleito do Mato Grosso do Sul: apoio da ministra da Agricultura, Tereza Cristina (Ms.gov.br/Divulgação)

Marquinhos Trad (PSD), prefeito reeleito do Mato Grosso do Sul: apoio da ministra da Agricultura, Tereza Cristina (Ms.gov.br/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 15 de novembro de 2020 às 22h41.

A eleição em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, terminou logo no 1º turno. O atual prefeito Marquinhos Trad (PSD), que liderou nas pesquisas com folga durante toda a campanha, confirmou a vitória nas urnas na eleição deste domingo, 15 e engrossou a lista que pode ter ainda mais de cinco prefeitos reeleitos até o fim da eleição.

Trad e sua vice Adriane Lopes (Patriota) tiveram 52,58% dos votos. Campo Grande teve nesta eleição um dos pleitos mais "lotados" de capitais pelo Brasil, com nada menos do que 16 candidatos.

De última hora, uma decisão do Tribunal Regional Eleitoral também indeferiu a candidatura do segundo colocado, o promotor Sérgio Harfouche (Avante), que fez campanha afirmando ser o "candidato bolsonarista" em Campo Grande. O nome do promotor foi para a urna, mas com a observação "sob judice", enquanto a campanha ainda recorre no TSE.

Nesta eleição, Trad teve o apoio da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, cujo partido, o Democratas, integra a coligação do PSD em Campo Grande. Em vídeo nas redes sociais no mês passado, Tereza Cristina reforçou seu apoio e pediu votos para Trad. A ministra nasceu em Campo Grande e construiu sua carreira política no Mato Grosso do Sul, onde foi agrônoma e se elegeu deputada com plataforma próxima ao agronegócio da região. O estado, assim como a capital Campo Grande, são polos turísticos e da agronomia e agroindústria.

“Acompanhei desde o início toda a angústia e ansiedade que o prefeito teve quando pegou Campo Grande cheia de problemas, com buracos, contas sem pagar", disse a ministra em vídeo de apoio ao prefeito, citando também as visitas de Trad a Brasília para pedir recursos.

Nas eleições de 2016, Trad venceu as eleições no segundo turno, com 34,57% dos votos contra Rose Modesto (PSDB), com 26,62%. De família tradicional no Mato Grosso do Sul, ele é filho do ex-deputado Nelson Trad e irmão do senador Nelson Trad Filho.

Aos 56 anos, o prefeito nasceu Marcos Marcello Trad na própria cidade de Campo Grande. Se formou advogado e, antes de entrar efetivamente na política, foi presidente do Tribunal de Justiça Desportiva do Estado (TJD-MS).

Marquinhos Trad começou na administração pública ainda na década de 90, como Secretário Municipal de Assuntos Fundiários de Campo Grande, e ao longo da carreira, seguiu próximo do agronegócio e de temas de regularização fundiária -- em seu primeiro mandato, cumpriu a promessa de criar uma secretaria para o tema em Campo Grande.

Seu primeiro cargo eletivo foi como vereador em Campo Grande, em 2005. Depois, foi deputado estadual a partir de 2007, com três mandatos consecutivos, até 2016, quando virou prefeito.

Economia e o coronavírus

Na campanha, Trad atribuiu suas altas taxas de intenção de voto ao que classificou como um bom trabalho em Campo Grande. A cidade tem pouco mais de 906.000 habitantes, segundo estimativa do IBGE para este ano de 2020 com base nos dados do censo de 2010. Desses, são mais de 600.000 são eleitores. Campo Grande é a 22ª cidade com maior população no Brasil segundo o IBGE.

A migração para a cidade se intensificou após a guerra do Paraguai, que faz fronteira com o Mato Grosso do Sul e também ajuda a intensificar o comércio na cidade.

Como todos os prefeitos eleitos, o mandatário em Campo Grande terá o desafio de lidar com a crise do novo coronavírus. Durante a pandemia, a cidade teve 724 mortes pela covid-19 e pouco mais de 30.000 casos.

O Mato Grosso do Sul e outros estados do Centro-Oeste foram menos afetados pela pandemia do que em outras regiões, embora uma segunda onda do coronavírus seja fonte de preocupação pela baixa taxa de imunidade. No momento, Campo Grande tem estabilidade de casos.

Economicamente, Campo Grande se beneficia da força do agronegócio em toda a região, setor que tem sofrido menos com a crise. A cidade tem como expoentes a agricultura nas regiões do entorno e a agroindústria, sendo sede de empresas do setor. O PIB per capita da capital é de 30.924,89 reais, ainda segundo o IBGE -- na posição 1.094 dentre os mais de 5.000 municípios do Brasil.

Mesmo em meio à crise do coronavírus, Campo Grande e o Mato Grosso do Sul se beneficiam do bom momento do agronegócio brasileiro, favorecido pelo dólar alto e com recorde de exportações neste ano -- o agro terminará 2020 como o único setor do PIB brasileiro a ter crescimento.

Como centro urbano de sua região, Campo Grande também é um dos polos econômicos e turísticos do Centro-Oeste, tendo um dos maiores aeroportos da região e servindo de passagem para outras rotas turísticas da região, que leva a cidades turísticas próximas, como Bonito (MS) e as áreas do Pantanal.

Embora não tenha área do Pantanal diretamente em Campo Grande, Trad e líderes políticos da região, incluindo a própria ministra Tereza Cristina, devem ser pressionados por parte da população a ampliar medidas de proteção ambiental no estado. Neste ano, o Pantanal teve suas piores queimadas em décadas, com mais de 10% do bioma destruído.

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