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Apesar do Exército, moradores do ES não saem de casa

Com o transporte público e as aulas suspensos, poucas pessoas são vistas nas calçadas

Suspeitos de roubo são detidos em Vitória, no Espírito Santo, em meio a onda de violência durante greve da PM (Paulo Whitaker/Reuters)

Suspeitos de roubo são detidos em Vitória, no Espírito Santo, em meio a onda de violência durante greve da PM (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de fevereiro de 2017 às 13h41.

Vitória - No quinto dia de paralisação da Polícia Militar no Espírito Santo, o movimento ainda era pequeno nas ruas de Vitória na manhã desta quarta-feira, 8.

Com o transporte público e as aulas suspensos, poucas pessoas são vistas nas calçadas. Assustadas com a violência, as famílias preferem se trancar em suas casas.

O patrulhamento na capital capixaba, que desde a noite de segunda-feira, 6, é feito por soldados do Exército, também é reduzido. O comércio na cidade vai sendo retomado aos poucos.

A reportagem percorreu cerca de oito quilômetros entre Vitória e Vila Velha por volta das 8h30 desta quarta-feira e avistou patrulhas do Exército apenas na Praia da Costa, na região próxima à residência oficial do governador, Paulo Hartung (sem partido).

Agentes da Força Nacional de Segurança, que chegaram ao Espírito Santo nesta terça-feira, 7, não foram vistos no trajeto.

Hartung está de licença médica, mas a expectativa é de que ele se pronuncie nesta quarta-feira. O governador passou por operação em São Paulo na última sexta-feira, 3, no Hospital Sírio-Libanês para a retirada de um tumor na bexiga. Ele voltou a Vitória na terça-feira, 7.

Por meio de suas famílias, os PMs continuam tentando negociar com o governo a volta ao trabalho. Nesta quarta deve haver nova reunião entre as partes. O governo sustenta que não vai negociar enquanto os policiais não voltarem a seus postos.

A categoria reivindica reajuste salarial e denuncia falta de pagamento de auxílio-alimentação, adicional noturno e por periculosidade, além de más condições da frota de veículos empregada no patrulhamento.

Familiares de PMs seguem posicionados na frente de batalhões na Grande Vitória e em cidades do interior para impedir a saída dos PMs e de carros.

A sensação de insegurança é grande, e os cidadãos se dizem reféns dos criminosos. O número oficial de mortos supera 75 desde o início do movimento.

Nas redes sociais, há relatos de vizinhos que contrataram segurança armada para seus prédios, como forma de afastar assaltantes.

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