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Apenas 11% das crianças completaram o esquema vacinal contra covid-19, alerta Fiocruz

Segundo levantamento do Observa Infância, baixa cobertura vacinal está relacionada à persistência das mortes devido à doença nesta faixa etária

Criança recebe uma dose da vacina Pfizer como parte da campanha de imunização da COVID-19 (Pedro Vilela/Getty Images)

Criança recebe uma dose da vacina Pfizer como parte da campanha de imunização da COVID-19 (Pedro Vilela/Getty Images)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 12 de março de 2024 às 14h30.

Apenas 11,4% das crianças de até 14 anos estão com o esquema vacinal completo contra a covid-19 no Brasil. É o que indica o boletim do Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), iniciativa da Fiocruz em conjunto com a Faculdade de Medicina de Petrópolis, divulgado nesta segunda-feira, 11.

O documento relaciona ainda a baixa cobertura vacinal à persistência das mortes devido à doença nesta faixa etária.

O boletim evidenciou também que, dentro da faixa etária de até 14 anos, as crianças mais novas são as menos vacinadas. Entre aquelas de 3 a 4 anos, 23% tomaram duas doses da vacina, enquanto apenas 7% completou o esquema vacinal com três doses.

Por outro lado, na faixa etária de 5 a 11 anos, a taxa de cobertura vacinal subiu para 55,9% com duas doses e 12,8% com três. Os dados são de fevereiro de 2024.

Vale destacar que a cobertura vacinal também está baixa na população adulta. Para esse público, o esquema vacinal completo é composto por quatro doses e apenas 14,9% estão com a imunização em dia.

Número de mortes e vacinação

Para traçar uma análise geral da relação entre a vacinação e o número de óbitos por covid-19 em crianças até 14 anos, o Observa Infância comparou o número de mortes dessa faixa etária devido à doença nas primeiras oito semanas dos anos de 2021 a 2024 no Brasil. Vale lembrar que a pandemia de covid-19 foi decretada no País há quatro anos, em 11 de março de 2021.

No primeiro ano de combate à covid-19, foram registradas 118 mortes de crianças com até 14 anos no Brasil, número correspondente a 38,6% das mortes por síndrome respiratória aguda grave (SRAG). No mesmo período de 2022, o número de óbitos escalou para 356, quase metade (47,1%) dos casos das mortes por SRAG. Contudo, em 2023, ano em que o imunizante contra a covid-19 ficou disponível para crianças a partir de 6 meses, o número de óbitos caiu para 50, menos de um quarto (24,5%) do número de mortes por SRAG. De acordo com o boletim, essa queda demonstra a eficiência e segurança da vacina.

Em 2024, entretanto, houve uma estagnação no número de mortes. No período, foram registrados 48 óbitos de crianças de até 14 anos devido à covid-19, o que corresponde a 32% das mortes por SRAG.

Segundo o boletim, essa persistência no número de mortes é preocupante e pode estar relacionada à baixa cobertura vacinal nessa faixa etária.

Cristiano Boccolini, pesquisador da Fiocruz e coordenador do Observa Infância, destaca a importância do cobertura vacinal completa em momentos de escalada de outras doenças, como observado agora. "A análise mostra que temos uma vacina segura, eficiente e disponível em todos os municípios. Precisamos usar o recurso que temos para garantir a saúde das crianças, especialmente num cenário desfavorável, com a circulação de outras doenças perigosas, como a dengue", pontua, em comunicado da Fiocruz.

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