Apagão: prejuízo ainda não foi calculado (Kostas Tsironis/Bloomberg/Bloomberg)
Estadão Conteúdo
Publicado em 22 de março de 2018 às 08h56.
Última atualização em 22 de março de 2018 às 09h34.
O apagão que afetou 13 Estados das Regiões Norte e Nordeste transformou o dia da população em um verdadeiro caos. Em capitais como Recife, Salvador e Fortaleza, a maior parte dos semáforos parou de funcionar, o que causou congestionamentos e superlotação em pontos de ônibus.
Tanto na capital baiana quanto na pernambucana, o metrô parou, obrigando passageiros a caminhar pelos trilhos. Enquanto o sistema de geração de alguns aeroportos evitou problemas com voos, houve paralisação temporária em Fortaleza.
Em Salvador, onde o fornecimento de energia foi interrompido por cerca de três horas, serviços essenciais também foram afetados.
No Hospital da Bahia, por exemplo, somente a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) manteve-se funcionando por um sistema de segurança durante as horas de queda de energia.
Houve prejuízo no comércio, pois os geradores de supermercadistas e shoppings de menor porte eram muitas vezes insuficientes para manter o sistema de vendas funcionando por um período mais longo.
No Recife, também houve problemas no setor da saúde. A dona de casa Maria Rita Xavier, de 45 anos, aguardava nessa quarta-feira, 21, atendimento em uma clínica particular.
"Cheguei cedo (para a consulta) e aguardava ser chamada. Aí, tudo ficou escuro. Moro longe e tenho uma filha que tem problemas graves de saúde e precisa de atenção permanente. Para eu conseguir vir hoje montamos toda uma logística que agora foi jogada no lixo", disse.
Nos postos de combustível da capital de Pernambuco, o movimento foi grande de pessoas em busca de óleo diesel para geradores instalados em prédios residenciais e comerciais.
A maioria dos potenciais clientes, no entanto, acabou sem o produto, já que as bombas dos postos também não estavam funcionando.
Nas ruas de Natal, a confusão no trânsito foi tamanha que os próprios motoristas desceram de seus veículos e tentaram organizar o trânsito caótico.
"Estou há mais de uma hora e dez minutos presa no engarrafamento. Geralmente, faço esse percurso em dez minutos", relatou a professora de educação física Izabelle Dantas, que tentava se locomover para a escola onde daria aulas à noite.
Nas paradas de ônibus da capital potiguar, trabalhadores tentavam voltar para casa antes do anoitecer. "Nosso horário de saída era às 18h, mas fomos liberados às 16h50", disse a comerciária Bianca Evelyn, enquanto tentava pegar um ônibus para voltar para casa. Estudantes que estavam em aula durante o período sem energia também foram dispensados mais cedo nessa quarta-feira, 21, por questão de segurança.
Em Belém, além dos problemas registrados nas demais regiões, alguns bairros também ficaram sem água. Segundo a Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa), o abastecimento foi interrompido nas zonas de expansão da área da Augusto Montenegro e São Brás, além do centro da capital.
Durante a interrupção do fornecimento de energia, linhas de telefonia celular também ficaram sem sinal na cidade.As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.