Convenção: coligação abriu as convenções na cidade de São Paulo (André Martins/Exame)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 20 de julho de 2024 às 18h35.
Última atualização em 20 de julho de 2024 às 19h53.
Em clima de festa, a coligação formada por PSOL, PT, PDT, Rede, PCdoB, PCB, PV e PMB, batizada de "Amor por São Paulo", formalizou neste sábado, 20, a candidatura do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) a prefeito da cidade de São Paulo, com Marta Suplicy (PT) como candidata a vice.
"Hoje começa o jogo. E vendo essa convenção lotada, animada, com cheirinho de vitória, me dá ainda mais convicção e confiança de que essa campanha não vai ser minha e da Marta. Essa campanha vai ser nossa", disse Boulos.
O evento, que começou com atraso de duas horas, contou com a presença de lideranças de todos os partidos que fazem parte da aliança em torno do psolista, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de seis ministros do governo, entre eles Fernando Haddad, ex-prefeito da cidade e atual chefe da Fazenda. A deputada federal Luiza Erundina, ex-prefeita da cidade, também esteve na celebração.
A organização estima que mais de 10 mil militantes estiveram no Expo Center Norte, na zona norte da capital. Era possível ver camisetas de candidatos a vereador e cartazes como "PT com Boulos e Marta" e "BolsoNunes não".
Em seu discurso, Boulos afirmou que nessa eleição o que "está em jogo é o futuro de São Paulo" e a mensagem que a cidade vai passar para o resto do país. O candidato afirmou que ele e Marta querem vencer a eleição para mudar a vida do povo e colocar a periferia em primeiro lugar.
"Eu acredito que o futuro pode ser melhor que o presente. E começamos a escolher esse futuro hoje aqui", disse o agora candidato.
Boulos disse ainda que quer mostrar para a população da cidade que "enfrentar a desigualdade é bom para todo mundo" e que São Paulo precisa de um "choque de humanidade".
O psolista aproveitou o discurso para prometer que, se eleito, todas as escolas da rede municipal serão transformadas em escolas de tempo integral. Boulos disse ainda que, em uma futura gestão, vai criar um programa similar ao Mais Médicos, do governo federal, para diminuir a espera da população no atendimento de saúde da cidade. Boulos afirmou ainda que São Paulo terá o maior e mais ousado programa de preservação ambiental.
O deputado aproveitou o discurso para alfinetar seu principal adversário, o prefeito Ricardo Nunes (MDB). Sem citar nomes, Boulos disse que tem o maior orgulho de ser apoiado pelo presidente Lula e que "na convenção de alguns dos nossos adversários, eles vão tentar esconder quem é o apoiador".
Em sua fala, o candidato disse que está super afinado com sua companheira de chapa, Marta Suplicy. "É a parceira das moradias populares com os CEUs. A parceria das cozinhas solidárias com o bilhete único. Da coragem com a experiência para mudar a cidade de São Paulo", afirmou.
A aliança entre Boulos e Marta foi costurada por Lula. O chefe do Executivo defende o pragmatismo do PT nessas eleições municipais, com apoio de nomes fortes de outros partidos em cidades onde a legenda tem pouca chance de eleger candidatos.
Essa será a primeira vez na história do PT que a sigla não terá nome próprio nas eleições para a Prefeitura de São Paulo. Até então, desde a redemocratização, em 1985, o partido tinha candidato na cabeça de uma das chapas.
O evento valorizou as questões anteriores da esquerda na cidade, com Erundina, Marta e Haddad. Outras lideranças que discursaram na convenção criticaram o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), e reforçaram o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro ao candidato do MDB.