Parentes de pacientes hospitalizados ou recebendo assistência médica em casa, a maioria com COVID-19, se reúnem para comprar oxigênio e encher botijões em uma empresa privada em Manaus, Brasil, em 15 de janeiro de 2021. (Bruno Kelly/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de março de 2021 às 15h11.
Última atualização em 13 de março de 2021 às 15h13.
Em meio a explosão de internações por covid-19 no Brasil e o histórico da tragédia em Manaus, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu que as empresas fabricantes do oxigênio medicinal devem manter o órgão informado sobre os estoques desse item, importante para pacientes internados com o novo coronavírus.
Publicado pela Anvisa em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) deste sábado, o edital estabelece que, semanalmente, essas empresas precisam repassar informações sobre a capacidade de fabricação, envase e distribuição, estoques disponíveis e quantidade demandada pelo setor público e privado, considerando os escopos de atuação de cada uma. A orientação vale para fabricantes, envasadoras e distribuidoras do equipamento, nas formas líquida e de gás.
Segundo a agência, a medida visa minimizar o risco de desabastecimento do produto. Com isso, informou a Anvisa, o Ministério da Saúde poderá ter previsibilidade sobre o abastecimento de mercado, permitindo a adoção, em tempo hábil, das medidas necessárias à garantia de fornecimento do oxigênio medicinal.
A capital do Amazonas, Manaus, foi palco de uma grande colapso pela falta de oxigênio no início do ano. O governo federal enfrenta no Supremo Tribunal Federal (STF) um inquérito que apura se o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, foi omisso no enfrentamento da pandemia na localidade. Pazuello prestou depoimento à Polícia Federal em fevereiro para explicar a sua atuação na crise, onde dezenas de pacientes morreram asfixiados em razão do desabastecimento de oxigênio.
Como revelou o Estadão/Broadcast, na oitiva, o ministro da Saúde disse que não soube do problema no fornecimento de oxigênio a capital no dia 8 de janeiro, diferentemente do que a Advocacia-Geral da União (AGU) havia informado ao STF.
Segundo a Anvisa, a coleta de informações sobre o estoque de oxigênio acontecerá pelos próximos 120 dias, a contar da data de publicação do edital, e os dados, de caráter confidencial, deverão ser apresentados pelas empresas para cada um de seus estabelecimentos. O envio desses números deverá ocorrer todas as quartas-feiras, e o primeiro precisará trazer os dados dos últimos sessenta dias.