(Dado Ruvic/Reuters)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 16 de dezembro de 2021 às 11h36.
Última atualização em 16 de dezembro de 2021 às 17h35.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta quinta-feira, 16, a liberação da vacina contra a covid-19 da Pfizer/BioNTech para crianças entre 5 e 11 anos. Apesar do aval do órgão regulador, a aplicação ainda depende da chegada de mais imunizantes, uma vez que a dose é equivalente a um terço da utilizada em adultos.
Além do corpo técnico da Anvisa, a avaliação contou com a participação de representantes de sociedades médicas brasileiras. Como a vacina já está aprovada para o uso no país, a liberação ocorreu de uma forma mais rápida, e agora é incluído o uso também para crianças na bula. A publicação da decisão deve ocorrer ainda nesta quinta-feira.
Atualmente o imunizante é utilizado em pessoas acima de 12 anos no Brasil. Nos Estados Unidos, crianças já recebem o imunizante. O Ministério da Saúde ainda não informou como será o calendário para esta faixa etária de 5 a 11 anos.
Segundo Gustavo Mendes, gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, a vacina se mostrou eficaz quando aplicada em duas doses em crianças. Mas ponderou que é necessário um acompanhamento para avaliar a eficácia em crianças com algum comprometimento do sistema imunológico, e em infecções assintomáticas, mais comuns no grupo pediátrico.
A vacina do laboratório Pfizer/BioNTech usa a nova tecnologia indicada pela epidemiologista da OMS, chamada de genética do RNA mensageiro. Dentro da vacina há uma proteína do coronavírus que estimula o corpo a produzir anticorpos e impedir a infecção. Ela é aplicada em duas doses, com intervalo de 21 dias.
No início da pandemia, o Ministério da Saúde optou por usar com intervalo de três meses, o mesmo usado em outros países como o Reino Unido. Assim que as entregas começaram a ficar regulares, o intervalo foi reduzido para os 21 dias. O imunizante também é o utilizado como dose de reforço.
Anvisa recebeu nesta quarta-feira, 15, um novo pedido do Instituto Butantan que trata da indicação da vacina Coronavac para crianças e adolescentes de 3 a 17 anos. Este é o segundo pedido do laboratório para indicação do imunizante para essa faixa etária. O primeiro pedido apresentado em julho foi avaliado pela Anvisa e negado por causa da limitação de dados dos estudos apresentados naquele momento.
O prazo de avaliação da Anvisa para este novo pedido é de até 30 dias. A vacina está autorizada para uso emergencial no Brasil para pessoas com 18 anos de idade ou mais, desde o dia 17 de janeiro deste ano. A solicitação de ampliação de uso da vacina, ou seja, a inclusão de uma nova faixa etária, é feita pelo laboratório responsável pelo imunizante.
Para incluir novos públicos na bula, o laboratório precisa conduzir estudos que demonstrem a relação de segurança e eficácia para determinada faixa etária. Esses estudos podem ser conduzidos no Brasil ou em outros países. Na quarta-feira, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), criticou a demora da avaliação por parte da Anvisa.