Tebet: ex-senadora demonstrou interesse na pasta do Desenvolvimento Social, mas acordo era visto como difícil (Jefferson Rudy/Agência Senado/Flickr)
Da Redação
Publicado em 22 de dezembro de 2022 às 06h00.
Última atualização em 22 de dezembro de 2022 às 12h12.
Mais nomes do alto escalão do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) serão conhecidos nas próximas horas. O presidente eleito marcou para esta quinta-feira, às 9h30, um pronunciamento no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede da equipe de transição em Brasília, e a expectativa é que a maior parte dos ministros restantes do futuro governo sejam anunciados na ocasião. Na cerimônia também serão apresentados os trabalhos feitos pelos grupos de transição.
Nomes cruciais para o próximo governo já foram indicados neste mês e estão atuando na transição e nomeando secretários. É o caso do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), da Justiça, Flávio Dino (PSB), da Casa Civil, Rui Costa (PT), entre outros. O anúncio do restante do gabinete, no entanto, foi adiado em meio às negociações da PEC de Transição, aprovada na quarta-feira, 21 após ficar duas semanas travada na Câmara.
Falta ainda parte significativa do primeiro escalão. Um dos nomes mais aguardados é o do ministro do Planejamento, que dividirá com a Fazenda as principais decisões econômicas - que no governo Bolsonaro couberam ao "super" Ministério da Economia, chefiado por Paulo Guedes. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, já afirmou que o Planejamento ficará, por exemplo, com a Secretaria de Orçamento Federal (SOF).
Para o Planejamento, Lula convidou o economista André Lara Resende, um dos "pais" do Plano Real no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), mas a informação ainda não foi oficializada pelo governo eleito.
Também está no radar sobretudo o futuro de duas das principais apoiadoras de Lula no segundo turno da eleição presidencial contra Jair Bolsonaro: Marina Silva (Rede) e Simone Tebet (MDB).
Até a noite de quarta-feira, Marina tendia a ser anunciada como ministra do Meio-Ambiente, cargo que já ocupou no governo Lula. A demora no anúncio, no entanto, ocorre enquanto Marina e a equipe do PT negociam as funções do futuro Ministério, que deve ganhar mais poder em relação ao que teve quando Marina chefiou a pasta, como uma Autoridade Climática (cargo parecido ao do "czar" do clima criado por Joe Bide nos EUA).
Já o nome de Simone Tebet até chegou a ser ventilado no Meio-Ambiente ou na Agricultura, mas não houve acordo e, até a noite de ontem, havia impasse sobre o papel de Tebet no futuro governo. Não é segredo que a ex-senadora, terceira colocada na disputa à Presidência neste ano, deseja pastas de maior visibilidade social, sobretudo o Ministério do Desenvolvimento Social, que comanda o Bolsa Família.
No entanto, é desejo do PT manter um aliado próximo na pasta, devido à importância do Bolsa Família para o legado do partido. O nome do ex-governador do Piauí, Wellington Dias (PT), é um dos mais cotados. No primeiro escalão, tem ficado clara a presença do PT em ministérios estratégicos, o que tem gerado críticas de outros partidos.