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Antes exemplo, capitais do Sul beiram o colapso e voltam a fechar comércio

Em um mês, Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre dobraram casos e mortes confirmadas por covid-19

Centro Histórico de Curitiba: capital voltou a  fechar bares após registrar aglomerações. (Pedro Ribas/SMCS/Divulgação)

Centro Histórico de Curitiba: capital voltou a fechar bares após registrar aglomerações. (Pedro Ribas/SMCS/Divulgação)

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Clara Cerioni

Publicado em 23 de junho de 2020 às 18h06.

Última atualização em 23 de junho de 2020 às 18h49.

Depois de serem consideradas exemplo no combate à pandemia da covid-19, Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre enfrentam problemas no atendimento às vítimas da doença. Nesta semana, as três capitais voltaram a fechar parte do comércio para evitar o colapso nos leitos de UTI, após o aumento do número de casos.

Os aumentos coincidiram com a reabertura de comércio, shoppings, bares e restaurantes, feita há um mês. Especialistas em saúde, e o próprio Ministério da Saúde, dizem que qualquer ação tomada pelo poder público só vai ser sentida, pelo menos, 14 dias depois por causa do tempo de incubação do vírus.

No dia 23 de maio, Curitiba tinha 936 casos confirmados e 36 mortes por covid-19. No balanço divulgado pela Secretaria Municipal da Saúde nesta terça-feira, 23, são 2.671 pessoas infectadas e 116 óbitos.

O aumento de casos impactou na ocupação dos leitos de UTI. Dos 223 disponíveis para atendimento de pacientes com covid-19, 75% estão ocupados. Em maio, essa taxa era de 20%. O Hospital do Trabalhador e o Hospital Evangélico Mackenzie, dois dos maiores da capital paranaense, atingiram 100% de ocupação nesta terça-feira.

A secretária da Saúde de Curitiba, Marcia Cecilia Huçulak, classificou essas medidas nas três capitais como "onda do Sul."

"Os três estados [Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul] têm características de clima e população similares, a pandemia chegou mais tarde na região", disse ela em entrevista coletiva nesta terça-feira.

Desde sábado, 13, estão proibidos de funcionar igrejas, academias e bares, que registraram aglomerações, principalmente aos finais de semana. Os shoppings podem ficar abertos, mas somente durante a semana, assim como o comércio de rua.

Mortes dobraram em Florianópolis

A capital de Santa Catarina tinha uma situação bem diferente no dia 23 de maio, quando registrava 740 casos confirmados e 7 mortes causadas pelo coronavírus. Chegou a ficar mais de 30 dias sem registrar um único óbito.

No último boletim, divulgado pela Secretaria Municipal da Saúde na segunda-feira, 22, Florianópolis tem 1.388 casos confirmados e 14 mortes. No total, 36 pessoas estão internadas, o dobro do registrado há 30 dias.

Pelo aumento de casos e ocupação de leitos de UTI, a partir desta quarta-feira, 24, academias e shoppings, em funcionamento desde o fim de abril, voltam a fechar. A circulação em praias e atividades ao ar livre também ficam proibidas na capital catarinense. As medidas têm validade por 14 dias.

Outras cidades de Santa Catarina também voltaram a determinar medidas mais restritivas. Balneário Camboriú decretou ontem o fechamento das praias e toque de recolher das 23h às 6h.

Assim como Curitiba e Florianópolis, nesta terça-feira, 23, Porto Alegre determinou o fechamento de comércio não essencial, bares, restaurantes, parques e shoppings.

A decisão foi justificada pelo aumento no número de ocupação de leitos de UTI. Há um mês eram 40 pessoas internadas, e na segunda-feira, 22, chegaram a 102, com 79% de ocupação.

A capital gaúcha tem um total de 2.927 casos confirmados e 68 mortes.

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