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ANP exigiu aumento da produção na plataforma que explodiu

Determinação foi uma condicionante apresentada pela ANP para a aprovação do Plano de Desenvolvimento dos campos de Camarupim e Camarupim Norte


	Determinação foi uma condicionante apresentada pela ANP para a aprovação do Plano de Desenvolvimento dos campos de Camarupim e Camarupim Norte
 (REUTERS/Gabriel Lordello)

Determinação foi uma condicionante apresentada pela ANP para a aprovação do Plano de Desenvolvimento dos campos de Camarupim e Camarupim Norte (REUTERS/Gabriel Lordello)

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Da Redação

Publicado em 13 de fevereiro de 2015 às 11h54.

Rio de Janeiro - A Petrobras recebeu exigências da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para realizar estudos para aumentar a produção da plataforma Cidade de São Mateus poucos dias antes da explosão que deixou cinco trabalhadores mortos, quatro desaparecidos e 26 feridos no litoral capixaba, nesta semana.

A determinação foi uma condicionante apresentada pela ANP para a aprovação do Plano de Desenvolvimento dos campos de Camarupim e Camarupim Norte, onde está lotada a plataforma, operada pela norueguesa BW Offshore a serviço da Petrobras.

Segundo ata de reunião de diretoria da autarquia, realizada na quarta-feira da semana passada, a Petrobras deve apresentar estudos para redução da capacidade ociosa da Cidade de São Mateus até janeiro de 2016.

Procurada, a Petrobras não respondeu imediatamente questionamentos da reportagem sobre a determinação da ANP, apenas frisou por meio de sua assessoria de imprensa que a plataforma não pertence à Petrobras, apenas está a seu serviço.

Além de incluir informações para perfuração e interligação de um novo poço produtor no reservatório, os estudos pedidos pela agência reguladora também devem incluir avaliações para a interligação de novo poço produtor no campo de Golfinho, vizinho dos dois campos.

A FPSO Cidade de São Mateus, que armazena e produz petróleo e gás, operava a cerca de 40 km da costa, segundo a ANP, produzindo cerca de 2,25 milhões de metros cúbicos por dia de gás, principal produto da área, e mais 350 metros cúbicos de petróleo por dia.

A produção de petróleo da unidade era equivalente a menos de 10 por cento de sua capacidade de extração, e a de gás natural estava um quarto menor que sua capacidade.

Mesmo assim, a produção de gás natural ainda era relevante, de aproximadamente 3 por cento da produção total da Petrobras no Brasil em dezembro, que atingiu ao todo naquele mês 73,5 milhões de metros cúbicos/dia.

A produção de gás era escoada por duto para terra e, segundo ficha técnica publicada pela BW Offshore, a FPSO tem capacidade de armazenagem de 700 mil barris de petróleo.

Camarupim é operado pela Petrobras, que tem 100 por cento da concessão. Já Camarupim Norte é operado pela Petrobras, com 65 por cento, em parceria com a brasileira Ouro Preto Energia, que detém os demais 35 por cento.

No campo de Golfinho, a Petrobras detém 100 por cento da concessão.

BUSCA POR DESAPARECIDOS A BW Offshore informou nesta sexta-feira que quatro de seus trabalhadores mortos na explosão eram de nacionalidade brasileira, enquanto o quinto era indiano.

Quatro trabalhadores permanecem desaparecidos, todos eles brasileiros. Do total de 26 feridos, 19 já foram liberados depois de atendidos nos hospitais locais, e os demais continuam internados.

A empresa afirmou que está firme nas buscas pelos desaparecidos. Segundo a companhia, o casco do navio permaneceu intacto apesar da explosão, que aconteceu com 74 pessoas a bordo.

O local onde ocorreu a explosão permanecia inundado e inacessível, segundo a última informação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, na noite de quinta-feira.

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