Brasil

André Moura: Quem decide se eu fico no governo é Temer, não Maia

Líder do governo na Câmara desmentiu o presidente da Casa que o acusa de ter sido parcial na eleição para a presidência da Câmara

André Moura: "A reforma da Previdência exige a base unida em torno da matéria" (Diogo Xavier/Câmara dos Deputados)

André Moura: "A reforma da Previdência exige a base unida em torno da matéria" (Diogo Xavier/Câmara dos Deputados)

Marcelo Ribeiro

Marcelo Ribeiro

Publicado em 5 de fevereiro de 2017 às 10h51.

Última atualização em 5 de fevereiro de 2017 às 10h52.

Brasília - Ao defender a troca da liderança do governo na Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que venceu a eleição ao comando da Casa na quinta-feira (2), incomodou o Palácio do Planalto e o próprio líder do governo na Casa, o deputado André Moura (PSC- SE).

Em entrevista a O Globo, o presidente da Câmara dos Deputados disse que o nome ideal para ocupar a liderança do governo na Câmara seria alguém afinado com ele. De acordo com o democrata, Moura não preenche esse requisito. “O líder do governo não foi imparcial nesse processo eleitoral, mas não fiz pressão para tirá-lo antes e não farei agora”, afirmou Maia.

A EXAME.com, o líder do governo na Casa disse que não é Maia quem decide se ele deve permanecer na função. Segundo o parlamentar do PSC, isso é tarefa exclusiva do presidente Michel Temer (PMDB).

“Esse é um assunto que cabe exclusivamente ao presidente Temer. Maia tem o direito de falar o que quiser, mas ele não decide nada sobre isso”, afirmou Moura. “Permanecerei na liderança até que Temer decida que eu deixe a função. Não é um cargo vitalício. Temer pode tirar e colocar quando ele quiser”, completou.

Moura negou que tenha sido parcial durante a disputa pelo comando da Câmara. “Não houve interferência do governo no processo. Nem interferência minha, porque a orientação que eu recebi era de isenção”.

O deputado do PSC negou que sua relação com Maia esteja desgastada. Ele destacou que, sob sua liderança e com Maia na presidência da Casa, todas as matérias de interesse do governo e do país foram aprovadas.

“A única reclamação de Maia é que fui imparcial. Se eu tivesse garimpado para conseguir votos para Jovair, falaria, mas não o fiz. Me mantive isento”, reforçou Moura.

O líder do governo acredita que a reeleição de Maia no primeiro turno indica que a agenda de Temer seguirá sendo respeitada e tratada como prioridade pelos parlamentares.

“A reforma da Previdência exige a base unida em torno da matéria. Tenho certeza que o compromisso deles é republicano. A eleição da presidência da Câmara acabou na quinta. Espero que a unidade - e tenho certa que isso vai acontecer - em torno do governo continue”, concluiu.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosMichel TemerRodrigo Maia

Mais de Brasil

Indícios contra militares presos são "fortíssimos", diz Lewandowski

Câmara aprova projeto de lei que altera as regras das emendas parlamentares

PF envia ao STF pedido para anular delação de Mauro Cid por contradições

Barroso diz que golpe de Estado esteve 'mais próximo do que imaginávamos'