Rio Doce: levantamento foi feito entre os dias 7 e 13 de novembro ao longo do rio (Ricardo Moraes/REUTERS)
Da Redação
Publicado em 27 de novembro de 2015 às 19h40.
Belo Horizonte - Relatório divulgado pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) acusou a presença em larga escala de metais pesados como arsênio, chumbo e cádmio no Rio Doce depois que o curso d'água foi atingido pelos rejeitos de minério de ferro da barragem da Samarco que se rompeu no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, no dia 5.
O levantamento foi feito entre os dias 7 e 13 de novembro ao longo do rio, no sentido foz, entre os municípios de Rio Doce, o ponto mais próximo a Bento Rodrigues, e Aimorés, já na divisa com o Espírito Santo. Ao todo foram analisadas 12 amostras de água.
Em relação ao arsênio, a presença do metal teve a alta mais expressiva registrada em Belo Oriente, Região Leste de Minas, município que fica entre Ipatinga e Governador Valadares, no médio Rio Doce. A amostra colhida no local, em 8 de novembro, apontou índice superior a 0,10 miligramas por litro (mg/l). O volume normalmente encontrado no ponto de coleta é próximo de zero. A ingestão em excesso de arsênio pode causar feridas com difícil cicatrização e câncer.
Na mesma região e data foram encontrados níveis elevados de cádmio. A amostra apresentou quase 0,016 mg/l. No local, o valor comum para o metal também é próximo de zero. Antes, no dia 7, no município de Marliéria, que fica a montante, foi registrado volume de cádmio de 0,013 mg/l. O elemento é muito utilizado na produção de baterias e, se ingerido, mesmo em pequenas quantidades, pode provocar danos a órgãos como fígado e rins.
Quanto ao chumbo a quantidade mais elevada do metal foi encontrada em Ipatinga, 1,65 mg/l, em 8 de novembro. A incidência em condições normais do elemento na região também é próxima de zero. A ingestão do metal pode provocar distúrbios gastrointestinais, no curto prazo, e anemia e problemas neurológicos, no longo prazo.