Cantareira: para a Sabesp, segunda cota acrescentará mais 106 bilhões de litros ao sistema (Divulgação/Sabesp)
Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2014 às 20h15.
São Paulo - A Agência Nacional de Águas (ANA) autorizou hoje (17) o uso da segunda cota da reserva técnica (volume morto) do Sistema Cantareira.
A proposta de retirada gradual da reserva foi encaminhada à agência no último dia 10 pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica do estado de São Paulo (Daee).
“Esta agência manifesta concordância com a utilização da intitulada Reserva II, que se demonstra necessária em função da severa estiagem que levou à redução acentuada das vazões afluentes ao sistema equivalente neste ano”, diz o ofício da ANA.
O uso da segunda parte do volume morto terá, entretanto, que obedecer a regras que garantam o abastecimento da região metropolitana de São Paulo até abril do ano que vem, sem prejuízo para a bacia hidrográfica dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ).
“A utilização de volumes adicionais deve ocorrer por meio de regras que visem à maior segurança dos reservatórios, mediante a autorização de parcelas sucessivas, que considerem um volume meta mínimo a ser garantido em abril de 2015”, acrescenta o comunicado.
A retirada de água da segunda cota do volume morto chegou a ser vetada por uma liminar judicial.
Porém, a decisão foi suspensa pelo presidente do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), desembargador Fábio Prieto, a pedido da Companhia de Saneamento Básico do estado de São Paulo (Sabesp) e do Daee.
A ação foi proposta pelos ministérios públicos Estadual de São Paulo e Federal (MPF).
A intenção era garantir que a primeira parte do volume morto não se esgotasse antes de 30 de novembro, o que prejudicaria as vazões para a bacia PCJ.
A Sabesp informou ontem (16) que restavam apenas 40 bilhões de litros de água da primeira cota da reserva técnica do Cantareira, cuja retirada começou no dia 16 de maio.
Segundo a empresa, a segunda cota acrescentará mais 106 bilhões de litros ao sistema.
A presidenta da companhia, Dilma Pena, admitiu na quarta-feira (15), em depoimento na Câmara dos Vereadores, que, se não chover nos próximos dias, a primeira cota de volume morto pode acabar em meados de novembro.