Renan Calheiros: o senador, como de praxe, diz que não é candidato ao posto que já ocupou em três oportunidades (Wilson Dias/Agência Brasil/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 22 de janeiro de 2019 às 06h20.
Última atualização em 22 de janeiro de 2019 às 06h55.
Ainda faltam 10 dias para o início da nova legislatura, mas os senadores eleitos não estão descansando e usam o fim do recesso para definir seus candidatos à presidência do Senado. Tende a ser uma das disputas mais indefinidas dos últimos anos, sem alguns dos caciques emedebistas, como Romero Jucá e Eunício Oliveira.
A bancada do Partido Progressista (PP), que tem seis representantes na Casa, deve se reunir na próxima quarta-feira, 23, para confirmar a candidatura de Esperidião Amin ao posto. Amin chega nesta terça-feira à capital para pessoalmente buscar votos, segundo afirmou ao site O Antagonista.
“Decidimos pela candidatura de Amin e estamos vendo se ela se viabiliza. É uma eleição complicada, com muitos candidatos”, disse Vanderlan Cardoso (PP-GO) ao O Antagonista. “Meu interesse é que o Senado melhore no seu desempenho e na sua imagem perante à sociedade brasileira”, afirmou Amin, em vídeo publicado em suas redes sociais, no dia 18 de janeiro.
A decisão do PP de lançar candidatura própria pode ter ganhado força depois que manifestantes vestidos de verde e amarelo protestaram, no domingo, 20, contra Renan Calheiros (MDB-AL) ser candidato à presidência do Senado.
O protesto ocorrido na Avenida Paulista, em São Paulo, ressoou a ação popular que corre no Supremo Tribunal Federal, a pedido do Movimento Brasil Livre (MBL), para impedir que Calheiros concorra ao posto sob a justificativa de que ele “não tem idoneidade e reputação ilibada”, uma vez que é alvo de 14 investigações.
Antes do início do recesso do judiciário, o presidente da corte, Dias Toffoli, decidiu que a votação para a presidência da Casa deve ser secreta, o que pode beneficiar a candidatura de Calheiros, já que eliminaria o constrangimento de boa parte dos parlamentares de votar em um nome que não seja o candidato do governo.
A expectativa é de que Major Olímpio (PSL-SP) receba o apoio do presidente, Jair Bolsonaro.
Calheiros, como de praxe, tem negado a intenção de concorrer ao posto. O senador recorreu às redes sociais, na segunda-feira, 21, para garantir que não tem interesse em ser presidente do Senado, função que já exerceu três vezes. “Olha, não quero ser presidente do Senado.
Os alagoanos me reelegeram para ser bom senador, não presidente. Já fui várias vezes, em momentos também difíceis. A decisão caberá à bancada, e temos outros nomes”, escreveu. Os próximos dez dias serão de intensa negociação nos bastidores.