O advogado Antonio Carlos Mariz de Oliveira: amigo de Temer era cotado para a Justiça, mas foi descartado após criticar a Lava Jato em entrevista. (Agência Brasil/Gervásio Baptista)
Da Redação
Publicado em 5 de maio de 2016 às 08h36.
Brasília - O vice-presidente Michel Temer definiu que o advogado Antônio Claudio Mariz de Oliveira será o novo ministro da Defesa, caso seja confirmado o afastamento da presidente Dilma Rousseff.
Cotado inicialmente para assumir a pasta da Justiça, o nome de Mariz acabou sendo descartado para o posto por ter dado entrevistas com críticas aos procedimentos da Operação Lava Jato, especialmente em relação ao uso do instrumento da delação premiada.
Além de ter sido advogado de investigados pela operação, Mariz subscreveu um documento em que advogados de renome apontaram o que consideram ilegalidades ocorridas nas investigações da Lava Jato e em decisões do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos do caso na primeira instância.
Temer se empenhou pessoalmente para que Mariz, que é seu amigo de longa data, assumisse a Defesa. O vice-presidente quer o advogado a seu lado, em Brasília.
A escolha de Mariz, de acordo com interlocutores de Temer, é um sinal de prestígio para as Forças Armadas, porque o vice-presidente estaria colocando uma pessoa muito próxima no posto.
Temer já avisou aos atuais comandantes do Exército (Eduardo Villas Bôas); da Marinha (Eduardo Bacellar Leal Ferreira); e da Aeronáutica (Nivaldo Luiz Rossato), que os três permanecerão nos seus postos.
Outro nome que chegou a ser cogitado para a pasta da Defesa era o do deputado Raul Jungmann (PPS-PE), parlamentar que costuma acompanhar assuntos relacionados às Forças Armadas e tinha respaldo do ex-titular da pasta Nelson Jobim, que tem ajudado Temer na composição da eventual equipe de governo.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.