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Alvo de ataques, Witzel manda Polícia Civil investigar vídeo com montagem

Polícia Civil do Rio abriu inquérito para investigar a origem de um vídeo que ataca o governador

Wilson Witzel: governador do Rio de Janeiro foi alvo de um ataque que utiliza uma montagem do filme Velozes e Furiosos (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Wilson Witzel: governador do Rio de Janeiro foi alvo de um ataque que utiliza uma montagem do filme Velozes e Furiosos (Fernando Frazão/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de novembro de 2019 às 12h03.

Última atualização em 3 de novembro de 2019 às 12h09.

São Paulo – Por ordem do governador Wilson Witzel (PSC), a Polícia Civil do Rio abriu inquérito para investigar a origem de um vídeo que está se disseminando pelas redes sociais e que usa uma montagem para atacá-lo. O trabalho recorre a imagens de um filme norte-americano do ator Vin Diesel, com os diálogos alterados, para dizer que o governador se uniu à Rede Globo. O objetivo seria "destruir a imagem do presidente da República", Jair Bolsonaro.

Não há evidências de autoria do material. O vídeo diz que a Globo "está quebrando", porque o presidente "não está mais liberando dinheiro" para a emissora. Apresenta ainda uma gravação da voz de um homem não identificado que diz ter recusado oferta financeira para viralizar conteúdos "denegrindo a imagem" de Bolsonaro. E afirma que agora Witzel vai "liberar dinheiro" para a empresa.

A informação sobre a abertura da investigação foi divulgada pela Folha de S.Paulo e confirmada pelo jornal O Estado de S. Paulo. A assessoria do governador, porém, não quis comentar o conteúdo do material. A investigação será feita pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática.

O vídeo circulou após a divulgação, pelo Jornal Nacional, de reportagem afirmando que, no dia do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, o ex-PM Elcio Queiroz foi de carro até o Condomínio Vivendas da Barra para buscar outro ex-PM, Ronnie Lessa. Ambos sairiam dali para cometer o duplo homicídio, horas mais tarde.

Na portaria, segundo registrado em livro, Elcio pediu ao porteiro para ir à casa 58, que é de Bolsonaro. "Seu Jair", segundo o funcionário, liberou a entrada. Elcio foi para a casa 65/66, onde morava Ronnie. O porteiro, que teria visto pelo circuito interno que o visitante ia para lugar diferente do que dissera, teria feito nova consulta com a casa 58. Lá "Seu Jair", pelo comunicador, teria dito saber para onde o visitante ia. Bolsonaro, na época deputado federal, estava em Brasília e nega ter falado com Elcio.

O empregado confirmou, em dois depoimentos do Ministério Público do Rio, o incidente que anotara. Com base em perícia apenas nas gravações das comunicações da casa 65/66, o MP declarou que quem liberou a entrada foi Ronnie e declarou que o porteiro, cujo nome é mantido em sigilo, mentiu.

Eleito após associar sua imagem à família Bolsonaro - em especial ao do então candidato, depois eleito senador, Flávio Bolsonaro (PSL) -, Witzel está em conflito com o presidente da República. Os dois querem concorrer à Presidência em 2022 e disputam o eleitorado de direita. A relação estremeceu de vez quando Jair Bolsonaro acusou Witzel de vazar a investigação do caso Marielle Franco para supostamente atingi-lo.

A reportagem procurou a Rede Globo, que ainda não havia se pronunciado sobre o vídeo até a publicação desta matéria.

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