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Alves é acusado de receber propina da OAS via conta de Temer

Henrique Eduardo Alves foi preso por suspeita de fraude de R$ 77 milhões na obra da Arena das Dunas, em Natal

Henrique Eduardo Alves: de acordo com a investigação, em 11 de setembro de 2014, foi feito o repasse de R$ 500 mil "ilícitos", em forma de doação (Ueslei Marcelino/Reuters)

Henrique Eduardo Alves: de acordo com a investigação, em 11 de setembro de 2014, foi feito o repasse de R$ 500 mil "ilícitos", em forma de doação (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de junho de 2017 às 09h46.

São Paulo - O Ministério Público afirma que a empreiteira OAS pagou propina de R$ 500 mil a Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), em 2014, via conta da campanha do então vice-presidente Michel Temer.

A acusação está no pedido de prisão do ex-deputado e ex-presidente da Câmara, deflagrada na terça-feira, 6, na Operação Manus, da Polícia Federal.

De acordo com a investigação, em 11 de setembro de 2014, foi feito o repasse de R$ 500 mil "ilícitos", em forma de doação. O dinheiro teria saído da OAS para a conta de Temer. No mesmo dia, a soma foi transferida para o diretório estadual do PMDB no Rio Grande do Norte e, de lá, para a conta de Alves.

A transação ocorreu no mesmo ano em que o aliado de Temer e ex-ministro de Dilma e Temer foi candidato derrotado ao governo do RN. Segundo o MP, sua campanha recebeu aportes, via caixa 2 e propinas, das empreiteiras OAS e Odebrecht. Foram identificados 206 telefonemas entre Alves e Léo Pinheiro, presidente da OAS.

Alves foi preso por suspeita de fraude de R$ 77 milhões na obra da Arena das Dunas, em Natal. A OAS é a responsável pelas obras do estádio, construído para a Copa de 2014.

A operação, desdobramento da Lava Jato, mira ainda em outro ex-presidente da Câmara, o também peemedebista Eduardo Cunha (RJ), preso desde outubro de 2016.

Segundo o MP, mesmo depois do fim do mandato como deputado federal, em 2015, e da saída do Ministério do Turismo, em 2016, Alves "continua a exercer intensa atividade política em âmbito nacional".

"Durante as investigações, colheram-se dados, especialmente da empresa aérea Avianca, que indicam que, desde junho de 2016 até no mínimo abril de 2017, ele, apesar de não ter nenhum cargo no governo federal, viaja constantemente, com periodicidade praticamente semanal, entre Natal (RN) e Brasília (DF)", aponta o MP.

Os constantes deslocamentos do aliado de Temer indicam, segundo o MP, que Henrique Alves "persiste atuando na mesma esfera de atividades na qual foram praticados os crimes ora investigados".

"O quadro se mostra mais preocupante se considerar que, exatamente em 2016, até os dias de hoje, o partido político de Henrique Eduardo Lyra Alves, o PMDB, assumiu a Presidência da República, após processo de impeachment da anterior chefe do Executivo nacional", afirma a Procuradoria.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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