Uerj: os estudantes reivindicam mais investimentos na educação, valorização dos professores e criticam a demissão em massa dos terceirizados (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 3 de junho de 2016 às 15h04.
Um grupo de estudantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) protestou na manhã de hoje (3) contra a crise na educação que o estado atravessa.
Os manifestantes cobraram também mais respeito com os trabalhadores terceirizados da faculdade. Somente na última quarta-feira (1º) cerca de 500 terceirizados foram demitidos devido ao atraso no pagamento do governo do estado à empresa contratada.
Os manifestantes fecharam a Rua São Francisco Xavier, no Maracanã, zona norte do Rio, nos dois sentidos, por volta de 20 minutos, o que causou um engarrafamento e discussões entre alunos e motoristas.
Houve um princípio de confusão entre policiais e participantes do ato devido à tentativa da Polícia Militar (PM) de liberar a via para passagem dos motoristas. Ninguém ficou ferido.
Segundo a aluna do curso de serviço social Ana Carolina Nogueira, os estudantes reivindicam mais investimentos na educação e valorização dos professores e criticam a demissão em massa dos terceirizados na última quarta-feira.
“Estamos em greve já há três meses. E nos últimos dias houve essa demissão de mais de 500 funcionários terceirizados. Eles não recebiam há cerca de seis meses, vinham trabalhar, e agora são demitidos? E sem receber o que está atrasado? É inadmissível que a universidade seja conivente com essas práticas. O Estado proporcionou para essas pessoas condições de trabalho escravo. São centenas de famílias que ficaram sem emprego, sem ter o que comer a partir de agora. E ninguém se responsabiliza por isso”, disse.
As pautas reivindicadas pelos estudantes, segundo Ana Carolina, são a regularização do pagamento dos terceirizados, assim como o das bolsas dos estudantes cotistas e o passe livre municipal e intermodal.
“É o básico. A gente reivindicar transporte, como uma das nossas pautas, é um direito. A galera precisa ter essa ajuda para assistir às aulas.”
Já os docentes reivindicam a inclusão da dedicação exclusiva dentro da aposentadoria e um reajuste salarial.
A estudante afirmou que já ocorreram quatro rodadas de negociações com representantes do estado na Câmara, mas que sempre são feitas apenas promessas não cumpridas.
“A negociação está se arrastando por conta da má vontade do governo. Eles falam e falam, mas não fazem nada”, disse.
A Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) afirmou, por meio de nota, que está concentrando esforços na geração de receitas extraordinárias que permitam o cumprimento de todos os compromissos financeiros.
O texto ainda diz que os pagamentos serão feitos o mais breve possível, dependendo da disponibilidade de recursos em caixa.
A prioridade, segundo a secretaria, é o pagamento dos salários dos servidores ativos, inativos e pensionistas.
Quanto às demissões, a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação apenas disse que a grave crise financeira pela qual o estado e o país vêm passando tem sido responsável pelos problemas no fluxo de caixa do governo, o que causa problemas para fazer repasses de custeio para as universidades, incluindo a Uerj.