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Aluna de MT é nota mil na Redação do Enem pela 2ª vez consecutiva

Apenas 53 estudantes de todo o Brasil conseguiram pontuação máxima no texto do último exame

Enem: na prova de 2016, Thaís Oliveira já havia conseguido mil pontos e, na do ano passado, repetiu o feito (USP Imagens/Divulgação)

Enem: na prova de 2016, Thaís Oliveira já havia conseguido mil pontos e, na do ano passado, repetiu o feito (USP Imagens/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de janeiro de 2018 às 14h20.

São Paulo - A estudante mato-grossense Thaís Fonseca Lopes de Oliveira, de 18 anos, tirou, pelo segundo ano consecutivo, nota máxima na Redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Na prova de 2016, a aluna já havia conseguido mil pontos e, na do ano passado, repetiu o feito.

Apenas 53 estudantes de todo o Brasil conseguiram pontuação máxima no texto do último exame, segundo divulgou o Ministério da Educação (MEC) nesta quinta-feira, 18.

"Fiquei surpresa, mas estava mais confiante. Eu vi que era capaz. Antes, não acreditava, mas esse ano já tinha essa segurança", diz a estudante. Para Thaís, o sucesso na redação do exame vem de uma junção de fatores.

"Primeiramente, prestava atenção nas aulas de redação e usava todas as técnicas que a professora explicava. Absorvia e aplicava."

Ao longo do ano, a aluna estudou a estrutura do texto cobrado. "Fiz bastante redação e pesquisava em casa para elaborar cada tema proposto nos simulados", conta a aluna, que estuda no colégio Salesiano São Gonçalo, em Cuiabá, e tenta uma vaga em uma universidade pública em Medicina de Mato Grosso ou outros Estados da região Centro-Oeste. "Acredito que, na hora certa, vou conseguir passar."

Para a estudante, o tema da Redação, "Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil", foi inesperado, mas não trouxe dificuldades.

"Esse tema tem relação com outras questões sociais que foram trabalhadas, como Educação, inclusão, pessoas com necessidades especiais. Tudo isso me capacitou a desenvolver essa redação. O tema foi específico, mas pude aproveitar ideias de argumentos de outros textos", conta.

Segundo a professora de Redação de Thaís, Marijane Martins, a dedicação da estudante era vista dentro da sala de aula.

"É aquela aluna que, enquanto estou dando aula, te olha o tempo inteiro. Ela entende e aplica", diz, orgulhosa.

"É muito bom, é gratificante. Às vezes aqui em Cuiabá nos sentimos distantes de tudo, mas, quando vem um resultado assim, confirma para nós que estamos trabalhando da forma correta."

O grande mérito de Thaís, segundo Marijane, é compreender a estrutura da Redação do Enem. "A Thaís aprendeu a enxergar o texto por partes: introdutória, da argumentação, da conclusão. Ela sabe para onde vai o texto. Tem textos perdidos que não seguem um caminho. O dela é redondinho, com tudo organizado e articulado. O domínio gramatical também é excelente", diz Marijane.

Dados

O número de participantes que conseguiram nota máxima no teste escrito vem caindo ano a ano. Em relação a 2014, a queda é de quase 80%. Os resultados individuais dos estudantes foram divulgados nesta quinta-feira, 19, pelo Ministério da Educação (MEC).

Em 2014, 250 candidatos conseguiram nota mil. Em 2015, foram 104, e em 2016, 77. Para Maria Inês Fini, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), não se pode comparar os dados. "As populações que fazem o exame são totalmente diferentes", disse.

Apesar da queda de notas máximas, a média dos participantes em Redação subiu em relação a 2016: de 541,9 para 558,0 pontos.

Mas o número de participantes que zeraram o texto aumentou: foram 309 mil, ante 292 mil no ano passado. O principal motivo foi a fuga ao tema.

Segundo o Maria Inês, 205 candidatos desrespeitaram os direitos humanos na Redação. O Inep, no entanto, foi proibido de zerar esses textos, como ocorria nas edições anteriores do exame, após decisão judicial.

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