São Paulo: aluguel de imóveis com 1 dormitório foi o que mais subiu, 2,4% (Jeff Belmonte/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 21 de outubro de 2010 às 12h10.
São Paulo - Alugar imóveis residenciais ou renovar contratos de locação na cidade de São Paulo ficou 1,7% mais caro em agosto comparado ao mês anterior, mostra levantamento do Sindicato da Habitação (Secovi).
No período de um ano encerrado em setembro, houve alta de 12,8%, bem acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que no mesmo período apresentou variação de 4,49%.
A maior elevação ocorreu entre os imóveis com apenas um dormitório, que tiveram alta de 2,4%, seguidos pelas unidades com dois quartos (1,7%). Aqueles com três dormitórios tiveram o aluguel reajustado em 0,7%.
De acordo com o Secovi, por exemplo, o aluguel de uma moradia de 90 metros quadrados de área construída, localizada na zona norte da cidade e em bom estado de conservação, custava entre R$ 1.210,00 e R$ 1.248,00, em agosto.
O diretor de Locação Residencial do sindicato, Hilton Pecorari Baptista, acredita que demorará de um ano a um ano e meio para que os preços do aluguel voltem a ter o mesmo ritmo de correção do índice inflacionário, situação verificada há cerca de um ano. Segundo ele, as incorporadoras concentraram os seus projetos em obras de maior porte com quatro dormitórios, mas já há a tendência de retomarem as de porte menor.
Pecorari afirmou que quem compra um imóvel para alugar prefere os de um e dois quartos, porque sãos os mais rentáveis. “O investidor obtém maior rentabilidade com ganhos até acima do oferecido em aplicações do mercado financeiro com imóveis residenciais de menor porte.”
O diretor reconheceu que a falta de áreas disponíveis é outra razão para os preços em alta e lembrou que, em Nova York, nos Estados Unidos, a escassez de terrenos para novas construções também resultou numa forte redução da oferta, com cobranças que chegam a US$ 6 mil para unidades com um ou dois dormitórios.
Ele avalia que, no caso de São Paulo, uma saída pode ser a recuperação de imóveis degradados do centro da cidade. Para que isso ocorra, ele defende a necessidade de estímulos da prefeitura como descontos no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).