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Alimentos viram moeda de troca em negociação com grevistas

Na medida em que as negociações avançam, o Exército permite a entrada de produtos que são levados pelos parentes, acampados em frente ao prédio da Assembleia Legislativa

Soldados do Exército observam manifetação de policiais militares em greve que desde a semana passada ocupam a Assembleia Legislativa do Estado (Marcello Casal Jr/ABr)

Soldados do Exército observam manifetação de policiais militares em greve que desde a semana passada ocupam a Assembleia Legislativa do Estado (Marcello Casal Jr/ABr)

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Da Redação

Publicado em 7 de fevereiro de 2012 às 11h15.

Salvador - Alimentos, água e produtos de higiene têm servido de moeda de troca nas negociações com os policiais grevistas da Bahia, amotinados desde terça-feira passada (31) no prédio da Assembleia Legislativa, em Salvador. Os produtos são levados pelos parentes, que estão acampados em frente ao prédio e, gradativamente, na medida em que as negociações avançam, a secretaria ou o Exército permite a entrada.

Hoje (7), o Exército, que cercou o prédio na madrugada de ontem, permitiu a entrada de comida para crianças e de material de higiene. "Na medida em que as conversas avançam, a entrada de mantimentos é permitida", explicou o chefe da Comunicação Social da 6ª Região Militar, tenente-coronel Márcio Cunha. O comandante da operação, general Gonçalves Dias, permitiu a entrada de alimentos.

"O general tomou uma decisão para assegurar que teremos um clima tranquilo, de facilitar a entrada de mantimentos, água e produtos de higiene. É um gesto de boa vontade e reciprocidade, porque os manifestantes estão tranquilos", destacou o tenente-coronel. As sacolas não estão sendo revistadas, de acordo com o Exército. "É um voto de confiança que estamos dando a eles", disse o porta-voz do Exército.

A nutricionista Maria José dos Santos, 65 anos, disse que conseguiu que os militares do Exército permitissem que ela enviasse feijão, roupas, analgésico e material de higiene para os grevistas. Ela é mãe de dois policiais militares que estão dentro da Assembleia Legislativa. "Minha filha e meu filho estão lá dentro. Trouxe o que eles pediram. Com o cansaço, estão precisando de analgésico. Hoje, eles pretendem fazer um feijão para todos lá dentro", acrescentou Maria José.

Ela explicou que viveu momentos de muita tensão ontem, com a informação de que o Exército iria invadir o prédio. "Minha filha me disse que estava um clima muito tenso porque todos eles estavam com medo de uma invasão. Quando os caminhões do Exército passaram para a parte de traz do prédio houve pânico. Hoje estou mais tranquila e ela me disse que lá dentro as coisas também estão mais calmas", disse a nutricionista, que evita ficar muito tempo ao telefone com os filhos para não descarregar as baterias dos celuleres.

Com a energia cortada, os manifestantes estão tendo dificuldade para recarregar os celulares. Além disso, o banho está racionado. Quem toma banho em um dia, não toma no outro.

Há pouco, os policiais amotinados se reuniram em frente à assembleia, ouviu-se aplausos, mas no fim da reunião eles voltaram a cantar a música que se ouviu durante toda madrugada: A PM Parou.

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