Aldo Rebelo, secretário de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Agência de notícias
Publicado em 5 de abril de 2024 às 18h40.
A recente filiação de Aldo Rebelo ao MDB diminui suas chances de ser escolhido como vice na chapa do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), avaliam pessoas próximas ao chefe do Executivo Municipal.
Aliados do prefeito reconhecem o desafio, mas afirmam que mesmo assim uma chapa "puro-sangue" é viável, mencionando o exemplo dos então tucanos João Doria e Bruno Covas, eleitos em uma chapa do PSDB em 2016. Destacam, no entanto, que convencer partidos como o PL e o Republicanos, que também buscam a indicação para o posto, será tarefa árdua. A expectativa é que a campanha de Nunes postergue ao máximo possível a escolha do nome para a chapa.
Correligionários do prefeito passaram os últimos dias tentando convencer Aldo a se filiar a uma das legendas da base de Nunes, como o Republicanos, partido do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o Solidariedade. Aldo, no entanto, optou pelo MDB devido a sua proximidade com o partido e alguns de seus integrantes, incluindo o senador Renan Calheiros (AL).
Ex-ministro dos governos Lula e Dilma (PT), Aldo foi nomeado secretário de Relações Internacionais no início do ano, ocupando o lugar da ex-prefeita Marta Suplicy (PT), que deixou a gestão Nunes para ser vice de Guilherme Boulos, pré-candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo, adversário do prefeito.
Aldo é a escolha de preferência do prefeito para a vice e conta com o apoio tanto de Tarcísio quanto do próprio MDB. O entendimento é que o secretário, com sua habilidade em transitar tanto na esquerda quanto na direita, contribuiria para manter a chapa de Nunes ao centro, diferente de outros cotados, como o coronel aposentado da PM, Ricardo Mello Araújo, cujo perfil é considerado muito ideológico. Mello foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Bolsonaro, inclusive, tem simpatia pelo nome de Aldo, de quem foi colega na Câmara dos Deputados. No entanto, bolsonaristas dizem que o ex-mandatário ainda não está convencido de que o secretário de Nunes deve ser escolhido para o posto de vice. Em entrevista ao GLOBO no mês passado, Aldo fez um aceno a Bolsonaro ao defendê-lo das acusações de tentativa de golpe de Estado. O secretário de Nunes disse ainda, na ocasião, que o ex-presidente é vítima de “perseguição”.
"O partido (MDB) (...) ganha com a sua chegada, assim como a gestão tem ganhado desde que ele aceitou o convite do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e abraçou o desafio de servir à população de São Paulo", diz, em nota, Enrico Misasi, presidente do Diretório Municipal do MDB de São Paulo, sobre a filiação de Rebelo.