O futuro ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), senador Armando Monteiro (PTB-PE) (Ueslei Marcelino/Reuters/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 25 de agosto de 2018 às 09h55.
Última atualização em 25 de agosto de 2018 às 17h51.
Símbolo tradicionalmente associado ao PT, uma estrela tem sido usada na campanha do candidato ao governo de Pernambuco Armando Monteiro (PTB). Apesar de lulista declarado, o postulante petebista ao Palácio do Campo das Princesas é o principal aliado de Geraldo Alckmin (PSDB) no Nordeste e garante palanque ao candidato tucano à Presidência no Estado.
De cor laranja e com o número 14 gravado, a estrela de Monteiro está presente em todas as peças de propaganda eleitoral do candidato.
Monteiro se viu pressionado a apoiar Alckmin para evitar uma debandada tucana do seu grupo político, que tem o presidente do PSDB pernambucano, Bruno Araújo, como candidato ao Senado.
O petebista declarou apoio ao PSDB em 27 de julho, uma semana após visitar o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato, na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. A visita causou mal-estar na aliança de Monteiro e uma ameaça do desembarque do PSDB da coligação, o que foi resolvido com a manifestação formal de apoio aos tucanos.
Em 2014, quando o petebista se candidatou a governador pela primeira vez, a estrela escolhida por sua equipe era amarela e aparecia apenas como um detalhe no logo azul utilizado na campanha.
Ao jornal O Estado de S. Paulo, Monteiro - que foi ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio do governo Dilma Rousseff - negou que tenha se inspirado no PT para a escolha da estrela e afirmou que o símbolo remete à bandeira de Pernambuco, que tem uma estrela amarela.
Para o cientista político Isaac Luna, professor do Centro Universitário Guararapes, em campanha eleitoral, nenhuma escolha é por acaso. "Com certeza essa estratégia está muito bem traçada pela equipe de marketing que toma decisões a partir de pesquisas internas. Faz parte candidatos copiarem símbolos, frases de efeito e outras coisas que remetam a políticos aliados ou bem avaliados para capturar esses votos." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.