Agência de notícias
Publicado em 6 de setembro de 2024 às 06h43.
Setembro começou com um alerta de uma nova onda de calor junto à baixa umidade, que deve levar o mês a bater o recorde histórico de temperaturas mais altas para este período. Segundo o Climatempo, a chance de chuva é baixa na maior parte do país, até fim da semana que vem. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) tem um alerta laranja de perigo válido para esta sexta-feira devido ao calor. Veja, abaixo, quais estados serão afetados e qual a previsão para as capitais.
Os alertas de baixa umidade (em amarelo) e de onda de calor (em laranja, abaixo do amarelo) deve afetar diversos estados das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. O instituto classifica o alerta de calor como de "perigo" e prevê que a temperatura fique 5ºC acima da média por até cinco dias.
Já nos estados mais ao sul, o Inmet emitiu alerta de declínio de temperatura, que deve afetar Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. As mínimas, nas respectivas capitais, serão de 16°C, 13°C, 7°C e 7°C, também.
A região Sul também deve enfrentar geadas nesta sexta-feira, em partes do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. O Instituto prevê mínimas entre 3ºC e 0ºC nas áreas afetadas.
Em partes de São Paulo e do Rio de Janeiro, há um aviso de vendaval, que indica possíveis ventos de até 60 km/h.
Algumas regiões de São Paulo, Minas Gerais, Amazonas, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Pará devem ser especialmente afetadas pelo calor, segundo o mapa. As máximas das respectivas capitais para esta sexta-feira serão de 23ºC, 32ºC, 37ºC, 38ºC, 41ºC, 34ºC, 37ºC e 36ºC.
Nesta sexta-feira, a máxima será de 25°C na capital fluminense, enquanto a mínima é de 19°C. O dia será de muitas nuvens com chuva isolada.
Segundo meteorologistas do MetSul, este mês “será um período prolongado de calor excessivo em vários estados e que afetará todas as regiões do país com marcas de 40ºC a 45ºC em uma extensa área do território nacional, o que fará deste setembro um dos mais quentes já registrados no Brasil”.
“As marcas esperadas nesta semana e, especialmente, na segunda semana do mês vão superar em muitos os valores médios históricos de temperatura máxima em todas as cinco regiões do país com alto potencial de quebras de recordes para o mês de setembro e talvez até absolutos em diferentes localidades”, explicam.
A massa de ar quente afetará com mais força nesta semana o Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais, Tocantins, Goiás, Distrito Federal, Rondônia, Acre, Amazonas, Pará, Tocantins, Bahia, Piauí e Maranhão, dentre outros estados.
“O pior do calor deve ocorrer entre o Norte do Brasil, o Centro-Oeste e partes do Sudeste com marcas acima dos 40ºC em muitas cidades. Parte da Região Nordeste, como áreas do interior do Maranhão e do Piauí, devem igualmente sofrer com o calor excessivo e marcas acima dos 40ºC no período, afirmam.
De acordo com os especialistas do Climatempo, “ondas de calor nesta época do ano e no mês de setembro já são super comuns em grande parte do Brasil", porém "nos últimos anos elas têm ficado cada vez mais intensas, mais precoces e mais longas também”.
Os modelos meteorológicos do Climatempo indicam que o calor pode persistir até meados da segunda quinzena de setembro em algumas regiões. A partir do dia 19 , é esperada a chegada de uma nova frente fria. Mas a previsão de chuvas para essas áreas é de somente entre a segunda quinzena e o início de outubro.
“A umidade do ar ainda pode atingir valores em emergência - abaixo dos 12% em muitas cidades do sul de Mato Grosso, interior de São Paulo, Triângulo de Minas, Centro-Norte, nordeste de Mato Grosso do Sul e sul de Goiás”, alerta o Climatempo.
Para os especialistas, essa onda de calor pode ser mais forte que as duas primeiras enfrentadas pelo Brasil no começo do ano, em março/abril e em maio, em termos de duração e de temperatura: “os limiares podem extrapolar em muitas cidades, principalmente do interior do país”.
Para a MetSul Meteorologia, “trata-se de uma situação de elevado perigo pela severidade do calor esperado e que demandará atenção das autoridades. Serão vários estados em que o calor será muito intenso a extremo e acompanhado de ar demasiadamente seco, aumentando demais o risco de fogo e trazendo riscos para a saúde".
Dados divulgados nesta semana indicam que mais de mil cidades brasileiras estão em alerta devido aos baixos níveis de umidade, comparáveis em alguns casos aos de desertos como o Saara. O país enfrenta a pior seca de sua história e os incêndios não dão trégua.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) informou em um relatório que mais de mil cidades registraram uma "umidade relativa do ar abaixo de 12%", inferior às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O Inmet descreveu uma situação de "grande perigo", embora, no final da tarde, tenha reduzido o alerta para "perigo" após um aumento dos níveis de umidade para até 20%.
A umidade caiu recentemente abaixo de 10% (chegando a 7%) em dezenas de localidades.
São níveis "tão baixos" quanto no deserto do Saara, explicou à AFP Ana Paula Cunha, pesquisadora do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).