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Além de Pfizer, Johnson e russos, Saúde discute compra de vacina indiana

Empresa Bharat Biotech deseja levar ao mercado a Covaxin; discurso no ministério é de que o governo comprará a 1ª vacina segura que chegar ao mercado

Vacina: Saúde afirmou que a primeira remessa de vacinas deve estar disponível, no Brasil, no primeiro semestre de 2021 (Athit Perawongmetha/Reuters Business)

Vacina: Saúde afirmou que a primeira remessa de vacinas deve estar disponível, no Brasil, no primeiro semestre de 2021 (Athit Perawongmetha/Reuters Business)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de novembro de 2020 às 15h28.

O Ministério da Saúde receberá nesta semana representantes de desenvolvedoras de vacinas contra a covid-19. Como mostrou o Estadão, técnicos da pasta devem ouvir propostas sobre o fornecimento de imunizantes da Pfizer, Johnson & Johnson e do Instituto Gamaleya, que desenvolve a Sputnik V. Além destas empresas, a Saúde informou nesta terça-feira, 17, que conversará com a empresa indiana Bharat Biotech, que deseja levar ao mercado a Covaxin.

As reuniões começam a partir desta terça, 17. A primeira conversa será com a Pfizer. Não há compromisso firmado pelo governo para a compra destes imunizantes. O discurso no ministério é de que o governo comprará a primeira vacina segura que chegar ao mercado. O presidente Jair Bolsonaro, no entanto, chegou a vetar a compra da Coronavac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, pois quem lidera as tratativas para o acesso da droga no Brasil é o governador paulista João Doria (PSDB).

Segundo dados preliminares de estudos de "fase 3" das vacinas, o último antes de as empresas pedirem o aval para registro e comercialização da droga, os produtos da Pfizer, Johnson & Johnson e a Sputnik V têm mais de 90% de eficácia contra a covid-19. A Covaxin entrou recentemente em "fase 3" de estudos.

Há testes em andamento no Brasil relacionadas às vacinas da Pfizer e Johnson & Johnson, entre outras. A Sputnik V e a Covaxin, porém, ainda não são avaliadas no País.

Em nota, o ministério afirma que a ideia é conhecer, nas reuniões, "os resultados dos testes em andamento e as condições de compra, logística e armazenamento oferecidas pelo laboratório". A Saúde ainda afirma que a compra das vacinas deve ocorrer quando estudos comprovarem total segurança e eficácia do produto e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar o registro. "A pasta deve apresentar, em breve, o plano de imunização da população brasileira contra a covid-19", diz o comunicado.

O ministério também afirma que a primeira remessa de vacinas deve estar disponível, no Brasil, no primeiro semestre de 2021 "e contemple inicialmente o grupo de risco da doença, que serão definidos pelos aspectos epidemiológicos, de eficácia e de segurança da vacina a ser utilizada".

Segundo fontes do ministério, uma dúvida no governo é sobre como garantir o armazenamento de vacinas que exigem temperaturas baixíssimas. Uma alternativa apresentada pela Pfizer é usar embalagens com gelo seco para manter os imunizantes refrigerados por mais dias.

O ministério acompanha 270 pesquisas sobre vacinas com a covid-19. A aposta do governo, por enquanto, é no imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford (Reino Unido) e o laboratório AstraZeneca. O governo investiu cerca de R$ 2 bilhões para comprar 100 milhões de doses desta vacina, além de equipar a Fiocruz para produção independente da droga.

Em outra frente de atuação para encontrar uma vacina, o Brasil espera receber doses para 10% da população por meio do consórcio Covax Facility, liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O País investiu R$ 2,5 bilhões para entrar no consórcio.

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