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Além de juros, BC deve adotar outras medidas contra inflação, diz Barclays

Economista Marcelo Salomon cita a possibilidade de um escalonamento de requerimento de capital sobre carteira de crédito

Marcelo Salomon, do Barclays: "Dólar deve ficar entre R$ 1,65 e R$ 1,75 nesse ano" (Marcio Bruno/Avatar Imagens)

Marcelo Salomon, do Barclays: "Dólar deve ficar entre R$ 1,65 e R$ 1,75 nesse ano" (Marcio Bruno/Avatar Imagens)

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Da Redação

Publicado em 14 de janeiro de 2011 às 12h29.

São Paulo - A alta da inflação é o tema econômico prioritário no Brasil, cuja solução requer, além de elevação nos juros, outras medidas do Banco Central.

A avaliação é do economista-chefe de Brasil do Barclays Capital, Marcelo Salomon, que participou nesta sexta-feira (14) do programa “Momento da Economia”, na Rádio EXAME.

O Barclays Capital projeta alta de 6,3% do IPCA nesse ano, já contabilizando três aumentos consecutivos de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros. Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) define se altera ou não a Selic, atualmente em 10,75%.

“Não basta elevação de juros na magnitude que nós estamos prevendo (total de 1,5 ponto percentual em 2011). Algum auxílio do lado fiscal precisa acontecer, além de algumas medidas para conter a expansão de crédito. Pode ser que tenha mais aumento de depósito compulsório ou pode ser que haja até uma implementação de requerimento de capital do sistema bancário escalonado. Quanto maior o estoque de crédito, maior o capital requerido”, diz Salomon. Em dezembro do ano passado, o Banco Central anunciou algumas medidas nesse sentido.

Embora a inflação não esteja mais restrita ao setor de alimentos, a alta internacional dos preços das commodities preocupa. “As commodities devem continuar em alta, mas não em ritmo tão acelerado como foi especialmente no final de 2010. Existe demanda no mundo para justificar um processo de alta nos preços de alimentos e metais, e, com a retomada dos Estados Unidos, eu acho que existe a possibilidade de haver uma aceleração de preços de petróleo.”

O economista prevê que a cotação do dólar fique entre R$ 1,65 e R$ 1,75 ao longo do ano. Quanto ao cenário internacional, não há nenhum grande desastre à vista. “No nosso cenário, não há ruptura nem default na Europa. Existe um cenário de deterioração com aumento de custo de captação dos países do sul do continente.”

Na entrevista (para ouvi-la na íntegra, clique na imagem ao lado), o economista-chefe de Brasil do Barclays Capital, que trabalha em Nova York e passou a semana São Paulo, descreve como está a economia americana e relata qual é a visão do investidor estrangeiro em relação ao Brasil.

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