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Alckmin toma posse de olho no Planalto

Ele é apontado por aliados com candidato natural ao Palácio do Planalto daqui quatro anos


	Ele é apontado por aliados com candidato natural ao Palácio do Planalto daqui quatro anos
 (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Ele é apontado por aliados com candidato natural ao Palácio do Planalto daqui quatro anos (Antonio Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 1 de janeiro de 2015 às 08h51.

São Paulo - Reeleito em outubro, o governador tucano Geraldo Alckmin tomará posse nesta quinta-feira, 1º, na Assembleia Legislativa paulista para seu quarto mandato no Palácio dos Bandeirantes com os olhos voltados para 2018.

Apontado por aliados com candidato natural ao Palácio do Planalto daqui quatro anos, o tucano reforçou o núcleo político do governo e montou um secretariado com forte influência do PSDB.

A ideia é abrir espaço para a construção de novos quadros com potencial para suceder-lhe e ao mesmo tempo preparar o terreno para construir sua candidatura nacional nos últimos dois anos da gestão.

Não por acaso, o PSDB, que comandará 8 das 25 pastas estaduais, controlará 29% do orçamento. Quadros técnicos manejarão 44%, enquanto 8 partidos aliados atuarão na periferia da gestão, com poucos recursos e quase nenhuma influência na condução política.

"Com essa nova equipe, o governador criou condições para que novos quadros ganhem força", avalia o ex-governador Alberto Goldman, vice presidente nacional do PSDB. Ele avalia, ainda, que a forte do influência dos tucanos no governo reflete a força da legenda. "Ele não precisa de um escudo protetor de partidos, como a Dilma".

Nenhum partido aliado terá mais que uma pasta. O PMDB, que lançou candidato próprio em outubro contra Alckmin, comandará a secretaria mais forte da chamada cota política: a Segurança Pública, que detém 13.4% do orçamento.

O titular da pasta, Alexandre Moraes, contudo, é considerado um nome da cota pessoal do governador. O PSB, considerado um aliado estratégico dos tucanos nos planos nacional e local, terá sobre sua alçada 13,4% do orçamento.

Além de vice-governador, o pessebista Márcio França comandará a Secretaria de Desenvolvimento Econômico.

Para o núcleo da gestão, formado por Casa Civil, Secretaria de Governo e Planejamento, Alckmin chamou tucanos de sua estrita confiança.

Pela ordem Edson Aparecido, responsável pela articulação política, Saulo de Castro, pelo andamento das obras, e Marcos Monteiro, pela execução orçamentária.

Pasta que é considerada uma das maiores vitrines do governo, o Transporte e Logística, que cuidará de obras como o Trecho Norte do Rodoanel, ficará à cargo do presidente do PSDB-SP, o deputado Duarte Nogueira.

Para muitos tucanos, a escolha demonstra que também está empenhado reduzir a influência de Aécio Neves, senador mineiro derrotado na disputa presidencial de outubro passado que tentará disputar de novo o Planalto.

Aécio construiu bases sólidas do tucanato paulista durante a campanha de 2014. Nogueira foi um de seus principais operadores políticos.

"Ele está ao mesmo tempo dando espaço para lideranças novas e cooptando aliados de seus adversários internos", diz o cientista político Cláudio Couto, professor da FGV-SP. Além de Aécio, José Serra, ex-governador eleito para o Senado, também mantém plano de disputar o Planalto em 2018.

Entre as novidades do segundo mandato, Alckmin chamou para comandar a Secretaria de Desenvolvimento Social o vereador e deputado federal eleito Floriano Pesaro.

Ele é visto por tucanos com quadro em ascensão e representa a tentativa de arejar o governo e o próprio partido.

Com a convocação dele e de Nogueira, o governador viabilizou a ida de dois aliados para a Câmara dos Deputados: Mendes Thame, secretário-geral do PSDB nacional, e Roberto Freire, presidente nacional do PPS.

A dupla, que não atingiu o coeficiente necessários de votos e ficou na suplência, ocupa postos estratégicos para a pavimentação do caminho do governador rumo ao Palácio do Planalto.

Alckmin já disputou a Presidência em 2006. Naquele ano foi derrotado por Lula. Serra disputou o cargo em 2002 e 2010, sendo derrotado por Lula e Dilma, respectivamente. 

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