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Alckmin tenta minimizar reação negativa do mercado a discurso de Lula

Segundo o vice-presidente eleito, 'as oscilações do mercado no dia de hoje têm, inclusive, questões externas, além da questão local'

Geraldo Alckmin. (José Cruz/Agência Brasil)

Geraldo Alckmin. (José Cruz/Agência Brasil)

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Alessandra Azevedo

Publicado em 10 de novembro de 2022 às 16h46.

O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) tentou minimizar a reação negativa do mercado financeiro com as declarações recentes do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O coordenador da equipe de transição de governo falou sobre o assunto em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 10, em Brasília.

Perguntado sobre a queda do Ibovespa ao longo do dia, especialmente após o discurso de Lula, Alckmin afirmou que "as oscilações do mercado no dia de hoje têm, inclusive, questões externas, além da questão local", sem entrar em detalhes. Ele ressaltou que o presidente eleito "teve responsabilidade fiscal" nos governos anteriores.

Alckmin lembrou que Lula assumiu o governo, em 2003, com uma dívida sobre o Produto Interno Bruto (PIB) de 60% e, quando deixou o Planalto, estava em menos de 40%. Também disse que, em todos os anos de gestão Lula, o país registrou superávit primário.

A responsabilidade fiscal, segundo Alckmin, "não é incompatível com a questão social". Ele defendeu a necessidade de ajustes no Orçamento de 2023 para acomodar despesas como o Bolsa Família e a continuidade de obras públicas, mas não especificou o montante previsto na PEC da Transição, que permitirá a flexibilização do teto de gastos no ano que vem.

"Não tem valores ainda definidos. Essa é uma discussão que será feita com o Senado e com a Câmara", afirmou. Alckmin se reúne ainda nesta quinta-feira com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para tratar das mudanças no Orçamento. "Estamos discutindo as duas questões, a PEC e a LOA (Lei Orçamentária Anual)", disse.

Segundo Alckmin, ninguém é "contra enfrentar a questão da fome, da população em pobreza gigantesca, como temos hoje no Brasil". Segundo ele "todo mundo sabe" que o projeto orçamentário enviado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) "não é factível, minimamente, para poder cumprir as tarefas de Estado".

 

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