Alckmin: Ele afirmou que a cumulatividade tributária irá acabar com a aprovação da reforma tributária e que as exportações vão crescer “forte”, assim como ajudar na redução do Custo Brasi (Diogo Zacarias/ Palácio do Planalto/Flickr)
Reporter colaborador, em Brasília
Publicado em 17 de maio de 2023 às 10h51.
O presidente da República em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, disse durante a realização do primeiro Fórum de Competitividade que acontece nesta quarta-feira, 17, em Brasília, que é preciso aprovar reformas fiscais no primeiro ano de governo. A EXAME é parceira do fórum e transmite o evento ao vivo.
Alckmin, que assumiu como presidente em exercício em virtude de viagem de Lula ao Japão, disse que acredita que a reforma tributária, em discussão na Câmara, está muito madura. “Se perder o primeiro ano, passou, é agora que tem que votar. Eu acho que não é uma obra acabada, perfeita, mas vai ajudar muito porque traz eficiência econômica, simplificação e ajuda nas exportações”, disse.
Ele afirmou que a cumulatividade tributária irá acabar com a aprovação da reforma tributária e que as exportações vão crescer “forte”, assim como ajudar na redução do Custo Brasil.
O ministro disse também que a proposta do arcabouço fiscal prestes a ser votada pela Câmara dos Deputados deve contribuir para um ambiente econômico mais favorável. “A inflação está em queda, nós estamos com 4,12% ao ano e deve ficar abaixo de 4%, uma inflação muito menor que a Europa e os Estados Unidos. Isso deve levar a uma redução de juros. O custo de capital é um dos itens importantíssimos do Custo Brasil. Isso deve ajudar também o Custo Brasil e a competitividade”.
“Nós precisamos agir nas causas do baixo crescimento [..] entender quais são as causas, e se nós agirmos nas causas nós vamos conseguir solucionar. Nós ficamos caros antes de sermos ricos. Chama atenção o sistema tributário, que é muito complexo”, criticou
Alckmin defende ainda que o Brasil pode fazer toda a diferença quando se fala em sustentabilidade. “Hoje é preciso responder onde eu fabrico bem e barato e consigo compensar as emissões de carbono, e aí o Brasil é imbatível. Nós temos possibilidade enorme de atrair investimentos internos e ser um grande exportador, do agro, de mineração, mas especialmente do valor agregado, indústria e até de serviços”, concluiu.
O custo Brasil representa a despesa adicional que as empresas brasileiras têm de desembolsar para produzir no país, em comparação com a média do custo nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O cálculo leva em consideração todo o ciclo de vida de uma empresa, com base em indicadores de 12 áreas consideradas vitais para a competitividade do setor empresarial.
O Custo Brasil foi medido pela primeira vez em 2019, totalizando R$1,5 trilhão, 22% do Produto Interno Bruto (PIB). Apesar de representar um aumento de cerca de 16% em termos nominais, o custo calculado em 2022, quando comparado ao PIB de 2021, tem sua representatividade reduzida, alcançando 19,5%, e chega a R$ 1,7 trilhão neste ano.