CPTM: reajustes foram aplicados por Alckmin para garantir o congelamento da tarifa básica em R$ 3,80 (Edson Lopes Jr/Exame)
Estadão Conteúdo
Publicado em 9 de janeiro de 2017 às 12h52.
São Paulo - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou que o administração estadual recorrerá nesta segunda-feira, 9, da decisão judicial, em caráter liminar, que suspendeu os reajustes nas tarifas integradas dos trens do Metrô e da Companhia Paulista de Trenas Metropolitanos (CPTM).
Na sexta-feira, 6, o juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), suspendeu os aumentos de 14,8% nos bilhetes integrados com o ônibus da capital paulista e de até 35,7% nos bilhetes temporais.
Os reajustes foram aplicados por Alckmin para garantir o congelamento da tarifa básica em R$ 3,80, acompanhando a decisão do prefeito João Doria (PSDB) em não dar aumento no preço da passagem na capital. "Entendemos que essa decisão (de reajustar o valor da integração) é a mais correta, beneficia mais pessoas e quem mais precisa", afirmou o governador tucano.
Alckmin citou ainda que a tarifa da integração vale a pena mesmo com o reajuste, já que o valor "é quase 11% mais barato". No preço cheio, a integração sairia por R$ 7,60 e, com o desconto, por R$ 6,80 - atualmente custa R$ 5,92. O tucano citou como exemplo a cidade do Rio de Janeiro, que elevou o valor da integração a R$ 8.
Apesar da decisão judicial, os aumentos já entraram em vigor. Alckmin reiterou que o Estado ainda não foi notificado sobre a liminar. "Não houve nenhuma notificação. Portanto, não houve nenhuma exigência", disse.
O secretário dos Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, reafirmou que as tarifas foram alteradas porque não houve notificação da Justiça e indiciou que, caso o aviso ocorra antes do julgamento do recurso, que ainda será apresentado, as empresas serão comunicadas pelo governo sobre o valor das tarifas, voltando aos preços anteriores.
O governo, no entanto, espera que essa medida não seja necessária, pois acredita em julgamento favorável que casse a liminar ainda nesta Segunda-feira.
Ao todo, seis modalidades de pagamento foram reajustadas, afetando cerca de 25% dos usuários de ônibus da capital (cerca de 1,5 milhão de passageiros por dia) e 49% dos passageiros de metrô (cerca de 2,2 milhões de usuários). No caso da CPTM, os reajustes atingem 37% dos passageiros (cerca de 1 milhão de usuários).
O aumento mais significativo ocorreu no bilhete único mensal, que passará dos atuais R$ 140 para R$ 190, alta de 35,7%, ou R$ 50 mais caro. Com isso, essa opção só passa a ser vantajosa para o passageiro que fizer mais de 50 viagens por mês - antes valia a pena para quem fizesse ao menos 37 viagens.
Já o bilhete mensal integrado (ônibus e trilhos) terá aumento de 30%, passando de R$ 230 para R$ 300, o que o torna vantajoso somente para quem fizer mais de 44 viagens por mês - e não mais 39.
Juntos, os bilhetes são usados por cerca de 3% dos usuários do Metrô e da CPTM, ou 250 mil passageiros. Já o bilhete 24 horas comum (indicado para mais de 4 viagens por dia) subiu de R$ 10 para R$ 15, e o integrado, de R$ 16 para R$ 20.