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Alckmin promete refeitório em Etec para acabar com ocupação

Estudantes estão ocupando há três dias as escolas em protesto contra a falta de alimentos; 23 das 219 escolas não recebem nenhuma comida


	Falta de merenda: alunos de escolas técnicas cobram medidas mais efetivas de Geraldo Alckmin do que a concessão de bolachas e barras de cereais.
 (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Falta de merenda: alunos de escolas técnicas cobram medidas mais efetivas de Geraldo Alckmin do que a concessão de bolachas e barras de cereais. (Rovena Rosa/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 2 de maio de 2016 às 08h17.

São Paulo - Após três dias de ocupação da sede do Centro Paula Souza por estudantes, a autarquia que administra as Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) anunciou neste domingo, 1, que vai construir cozinhas e refeitórios para oferecer a merenda padrão aos alunos de dez unidades, todas fora da capital paulista.

Esta é a segunda tentativa da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) de convencer os estudantes a deixar o local invadido na quinta-feira passada em protesto contra a falta de alimentação escolar.

Na sexta-feira, 29, um dia após cerca de 150 jovens ocuparem o prédio no bairro da Luz, no centro de São Paulo, o Centro Paula Souza já havia prometido oferecer merenda seca - bolacha, barra de cereal e suco - para quatro escolas da capital a partir desta segunda-feira, 2, e para outras sete unidades até o fim desta semana. Ao todo, 23 das 219 escolas não recebem nenhuma alimentação escolar.

A proposta foi criticada pelos estudantes, que decidiram manter a ocupação e impediram a entrada de 500 funcionários da administração e segurança na sede, que fica na Rua dos Andradas.

A autarquia aumentou a oferta e se comprometeu a distribuir merenda seca para 23 escolas e a iniciar processo de licitação para construir a estrutura necessária para produzir a merenda padrão, com arroz, feijão e mistura.

As unidades beneficiadas são das cidades de Americana, Cachoeira Paulista, Cruzeiro, Cubatão, Lorena, Osasco (2), Ribeirão Pires, São José dos Campos e Taubaté. A instituição não informou, contudo, o prazo para conclusão das instalações nessas unidades.

"A nossa reivindicação é para que tenha refeitório com merenda de verdade em todas as Etecs. Essa merenda seca não resolve nosso problema. Não dá para ficar oito horas na escola e receber bolachinha", disse um aluno que se identificou apenas como Chablau, de 16 anos, que estuda na Escola Técnica de São Paulo (Etesp).

Vale-refeição

Os alunos pedem que, até a conclusão dos refeitórios nas unidades, o governo providencie uma espécie de vale-alimentação. Segundo a direção do Centro Paula Souza, a proposta "é inviável".

A autarquia afirmou ainda que vai revisar o cardápio da merenda seca, informatizar o controle de estoque e acompanhar o serviço por meio dos diretores de escolas.

"A partir desta semana todas as Etecs passarão a oferecer alimentação aos estudantes. Nesse primeiro momento, as escolas que não recebiam alimentação oferecerão merenda sem necessidade de manipulação", informou o centro, em nota.

Ainda segundo a instituição, será criada uma "comissão intersetorial de governança da alimentação escolar", com a participação de alunos, para discutir e implementar propostas de melhorias imediatas na distribuição e oferta de alimentação escolar.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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