Prédio do Ministério Público de São Paulo: novo procurador geral é apontado como concliador, e se elegeu com o slogan "primeiro a diplomacia, depois a guerra". (Divulgação/Twitter/MPSP_oficial)
Da Redação
Publicado em 14 de abril de 2016 às 08h59.
São Paulo - O governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) nomeou nesta quarta-feira, dia 13, o procurador Gianpaolo Smanio para o cargo de procurador-geral de Justiça do Ministério Público de São Paulo.
Ele ficou em primeiro lugar na lista tríplice escolhida por promotores e procuradores do Ministério Público estadual e que foi encaminhada para Alckmin nesta semana.
Com isso, Smanio passa a ser, pelos próximos dois anos, o chefe do órgão responsável, dentre outros, por fiscalizar o cumprimento da lei e investigar eventuais irregularidades envolvendo agentes públicos e até políticos paulistas que não possuem prerrogativa de foro no Supremo Tribunal Federal, como vereadores e o próprio governador.
Aos 51 anos, Smanio obteve 932 votos e foi o mais votado na eleição do MP paulista realizada no sábado. Ele era candidato do antecessor no cargo, Márcio Fernando Elias Rosa, e superou seus oponentes, os procuradores Eloisa Arruda (850 votos) e Pedro Juliotti (547 votos).
De um colégio de 2.027 eleitores (promotores e procuradores), votaram 1.885 (92.99%). Os promotores podiam votar nos três nomes.
Apontado como um profissional conciliador, dono de temperamento sereno, mas firme em sua decisões, Smanio usou, durante sua campanha, percorrendo as Promotorias em todo o Estado, o slogan "Primeiro a diplomacia, depois a guerra."
O governador tem a prerrogativa constitucional de escolher qualquer um dos três eleitos, independentemente da colocação obtida. "O resultado (da eleição) é um reconhecimento da classe a um modelo de gestão do Ministério Público que privilegia o equilíbrio, a conciliação e o interesse público", afirmou Elias Rosa, que ficou quatro anos no posto.
Tradicionalmente, o primeiro lugar na lista é o indicado pelo Palácio dos Bandeirantes. Em duas ocasiões, porém, isso não ocorreu.
Em 1996, o então governador Mário Covas escolheu o segundo da lista. Em 2012, Alckmin também escolheu o segundo colocado, Elias Rosa, que reelegeu-se em 2014.
Na semana passada, a Associação Paulista do Ministério Público (APMP) coletou mais de 550 assinaturas de promotores e procuradores de Justiça de todo o Estado para a campanha #queroomaisvotado para Procurador-Geral de Justiça.
Natural de Campinas (SP), Smanio é procurador de Justiça e integra o Ministério Público desde 1988. É bacharel em Direito pela USP e mestre e doutor em Direito das Relações Sociais pela PUC-SP.
Smanio tem 21 livros publicados, leciona no Instituto Presbiteriano Mackenzie e integra o corpo docente do Damásio Educacional.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.