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Alckmin nega que PCC comande crime de dentro dos presídios de São Paulo

O tucano disse ainda que a política de segurança pública do Estado de São Paulo é "um exemplo"

Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo e candidato à presidência, é entrevistado pelo Jornal Nacional (Globo/João Cotta/Divulgação)

Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo e candidato à presidência, é entrevistado pelo Jornal Nacional (Globo/João Cotta/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 30 de agosto de 2018 às 10h04.

São Paulo - O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, que governou São Paulo por quatro vezes, negou nesta quarta-feira que a facção criminosa PCC comande o crime organizado de dentro de penitenciárias paulistas e disse, durante entrevista ao Jornal Nacional da TV Globo, que se eleito mudará a Lei de Execuções Penais.

O tucano disse ainda que a política de segurança pública do Estado de São Paulo é "um exemplo" e rejeitou a ideia de que a queda na taxa de homicídios no Estado se deve ao fato de o PCC, facção nascida em solo paulista, ter eliminado rivais e dominado o crime no Estado.

"É inacreditável alguém dizer que 10 mil pessoas deixam de ser mortas por ano e que a culpa disso, ou melhor, a proposta disso é o crime que fez. Não, foi a polícia que fez", disse o tucano durante entrevista ao telejornal.

Indagado se negava que o PCC comanda o crime organizado de dentro de presídios, apesar de investigações policiais já terem apontado ordens vindas de dentro da cadeia, Alckmin foi enfático.

"Claro, mas é óbvio. Isso aí são coisas que vão sendo repetidas e acabam virando verdade", garantiu o tucano.

"Não tem, não tem, não tem. Nós temos scanners, nós temos controle, nós temos penitenciária de segurança máxima antes do governo federal. Tem regime disciplinar diferenciado, isolamento absoluto", afirmou Alckmin, que deixou o comando do governo paulista no início de abril para disputar a Presidência.

O tucano também exaltou a quantidade de prisões feitas pela polícia paulista e prometeu realizar alterações na Lei de Execuções Penais caso vença a eleição de outubro.

"Você sabe quantos presos nós temos em são Paulo? Duzentos e vinte e oito mil presos. Nós temos 22 por cento da população brasileira e 35 por cento da população carcerária. São Paulo prende, cana dura. E eu sendo presidente da República vou mudar a Lei de Execuções Penais, acabar com essa saidinha toda hora e endurecer as penas", disse.

Alckmin também foi questionado sobre aliados envolvidos em casos de corrupção, como o senador tucano por Minas Gerais Aécio Neves, e o ex-governador mineiro Eduardo Azeredo, também do PSDB e que está preso, cumprindo pena no caso do chamado mensalão tucano em Minas.

O presidenciável disse que Aécio ainda não foi julgado e, pressionado sobre se, como presidente do PSDB, cargo que também ocupa, não defenderia a expulsão de Azeredo, disse que o ex-governador está afastado da vida pública há 10 anos e que já anunciou que se desfiliará do partido.

Alckmin também voltou a defender seu ex-secretário de Logística e Transporte Laurence Casagrande, preso acusado de irregularidades em obras do Rodoanel, uma grande obra rodoviária do governo paulista nas gestões do PSDB no Estado.

"Eu acho que o Laurence está sendo injustiçado. Espero que amanhã, quando ele for inocentado, tenha o mesmo espaço, para fazer justiça a uma pessoa de vida simples, uma pessoa séria, uma pessoa correta e que pode estar havendo uma grande injustiça", afirmou o ex-governador paulista.

(Reportagem de Eduardo Simões)

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