Ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin se filia ao PSB (Paulo Whitaker/Reuters)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 28 de junho de 2021 às 06h30.
Última atualização em 28 de junho de 2021 às 11h09.
O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) seria o nome com mais chances de vencer as eleições ao governo do estado de São Paulo, se elas fossem hoje. Em todas as simulações de segundo turno para 2022, ele aparece com vantagem nas intenções de voto em relação aos outros possíveis candidatos, com aproximadamente 44%.
No primeiro turno, apesar de estar empatado com mais quatro nomes dentro da margem de erro, que é de 2,65 pontos percentuais para mais ou para menos, ele está em primeiro lugar, quando a disputa é sem João Doria (PSDB). Na simulação com o atual governador, ambos aparecem empatados, e logo atrás de Fernando Haddad (PT).
Os dados da mais recente pesquisa EXAME/IDEIA mostram que a disputa pelo governo de São Paulo será uma das mais acirradas do país. A sondagem é um projeto que une EXAME e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. O levantamento ouviu 1.000 pessoas entre os dias 22 e 24 de junho. As entrevistas foram feitas por telefone, com ligações tanto para fixos residenciais quanto para celulares. Clique aqui para ver o relatório completo da pesquisa.
Maurício Moura, fundador do IDEIA, avalia que a força e imagem de Alckmin, sobretudo no interior do estado, ainda são muito presentes no imaginário dos paulistas.
“A pesquisa de intenção de voto mostra que existe uma memória positiva em relação ao Alckmin, que lidera numericamente os vários cenários de primeiro e de segundo turno. Quando fazemos as quebras regionais, na região do Vale do Paraíba, na região do sul, e no interior do estado de São Paulo, ele é muito bem avaliado”, diz.
Diferentemente das outras vezes em que foi governador de São Paulo, Geraldo Alckmin deve se candidatar por outro partido. É praticamente certa a sua saída do PSDB nos próximos dias. Conversas nos bastidores indicam que é mais provável que ele vá para o DEM ou PSD.
Tudo isso ocorre pela falta de espaço dentro do PSDB. A ideia de João Doria é se lançar à presidência e colocar na disputa ao Palácio dos Bandeirantes o atual vice-governador, Rodrigo Garcia. Recentemente, Garcia deixou o DEM, se filiou ao mesmo partido de Doria, e anunciou a pré-candidatura.
Mesmo que Alckmin seja o nome mais competitivo, o primeiro turno deve ser uma prova de fogo a todos os postulantes ao governo de São Paulo. Em uma simulação de primeiro turno, Alckmin tem 18% das intenções de voto, Márcio França (PSB), 17%, Fernando Haddad aparece com 13%, Guilherme Boulos (PSOL) também com 13%, e Paulo Skaf (MBD) tem 10%.
Considerando a margem de erro da pesquisa, eles estão tecnicamente empatados. Essa simulação leva em conta uma candidatura com o vice-governador, Rodrigo Garcia. Caso Doria mude de ideia e resolva concorrer à reeleição, o cenário fica ainda mais embolado, com empate entre Haddad, Doria, Alckmin, França, Boulos e Skaf.
Maurício Moura faz uma leitura de que há dois polos claros de preferência do eleitor paulista: um de centro-direita e outro de esquerda. E como há mais de uma candidatura nesses espectros políticos, os votos se dividem levando a um empate.
“Temos uma eleição no estado de São Paulo muito aberta com figuras inclusive que foram candidatos a presidente, e nomes com potencial de crescimento, como o Rodrigo Garcia [vice-governador]. O polo de centro e o centro-direita são representados por Alckmin, França, Skaf e Rodrigo Garcia. E o lado da esquerda é muito mais claro, temos Boulos ou Haddad. Se só um deles for candidato, com certeza estará no segundo turno”, avalia.
O fundador do IDEIA também pontua que no interior há uma resistência maior aos candidatos de esquerda. Tanto Haddad quanto Boulos vão melhor na capital paulista e na Região Metropolitana. Ou seja, a união de uma candidatura pode juntar mais votos e deixar o conjunto mais competitivo.
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