(Misha Friedman/Bloomberg)
Estadão Conteúdo
Publicado em 9 de março de 2018 às 08h50.
São Paulo e Brasília - Desde a véspera da data em que se tornou presidente nacional do PSDB, em 8 de dezembro, o governador de São Paulo Geraldo Alckmin passou a participar de eventos partidários realizados durante o horário de expediente. Os compromissos foram omitidos de sua agenda oficial e não foram divulgados pela sigla.
Segundo levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo na página oficial do governo de São Paulo, o tucano pulou seis dias de sua agenda oficial. Em cinco deles, Alckmin estava em Brasília, participando de encontros com líderes do PSDB ou outros partidos.
Na segunda-feira passada, Alckmin viajou para Belo Horizonte. Na condição extraoficial de pré-candidato a presidente da República, ele falou com representantes da mídia local, apresentou propostas a empresários e conversou com dirigentes tucanos locais. O roteiro da viagem não foi divulgado pelo governo nem pelo partido.
Em outro exemplo recente, em 1.º de março, Alckmin divulgou em sua agenda que viajaria para Brasília para participar de encontro com o presidente Michel Temer e outros governadores.
A reunião de fato ocorreu às 11 horas, mas depois desse horário o tucano não retornou para São Paulo. Ele aproveitou a viagem e ficou na capital federal tratando de temas partidários.
Atividades políticas em horário de expediente e a omissão de agendas não configuram uma ilegalidade, mas contrariam discurso recorrente de Alckmin: de que temas sem relação direta com o exercício do mandato de governador são tratados em horários fora do expediente, como no período noturno e aos fins de semana.
O tucano costuma afirmar, por exemplo, que estuda as demandas nacionais e ouve conselheiros apenas quando deixa seu gabinete.
Procurada, a assessoria do governador informou que o portal do governo divulga apenas as agendas relativas ao exercício do cargo.
"As viagens mencionadas, de caráter partidário, foram custeadas pelo PSDB. Elas não interferiram nas atividades do governador, que, como agente político, não tem jornada de trabalho preestabelecida, não tem direito a férias e realiza despachos e eventos inclusive nos fins de semana." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.