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Alckmin evita dar aliança com centrão como certa

Na quinta-feira, grupo político formado por DEM, PP, PRB, PR e Solidariedade decidiu apoiar candidatura do ex-governador de São Paulo ao Planalto

Geraldo Alckmin: " Eu não posso vocalizar pelo Democratas sem antes validar esse caminho com a minha base" (Adriano Machado/Reuters)

Geraldo Alckmin: " Eu não posso vocalizar pelo Democratas sem antes validar esse caminho com a minha base" (Adriano Machado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 20 de julho de 2018 às 18h06.

Última atualização em 20 de julho de 2018 às 18h06.

O pré-candidato pelo PSDB ao Palácio do Planalto, Geraldo Alckmin, evitou, nesta sexta-feira, referir-se à aliança com o chamado blocão (ou centrão) como algo já concretizado e afirmou que ainda trabalha para "celebrar" o acordo na próxima semana.

A reserva do tucano explicitada em evento para o lançamento de Rodrigo Garcia, do DEM, como vice na chapa do tucano João Dória pelo governo de São Paulo foi explicada, posteriormente, pelo presidente nacional do partido, Antonio Carlos Magalhães Neto, que citou a necessidade de consultas às bases dos partidos que compõem o grupo político para poder formalizar o apoio.

"Hoje eu vi em todos os jornais celebrando a aliança com o bloco. Quero dizer que não", disse o ex-governador, em São Paulo. "Nós estamos trabalhando para na semana que vem poder celebrar essa aliança. Eu estou trabalhando, não desisto", afirmou.

Na quinta-feira, o grupo político --formado por DEM, PP, PRB, PR e Solidariedade-- decidiu apoiar a candidatura do ex-governador de São Paulo ao Planalto, mas a formalização do acordo, a se efetivar na próxima semana, depende de algumas condições.

"O futuro a Deus pertence, mas vamos trabalhar muito", disse Alckmin. "Vamos trabalhar muito pela aliança com o bloco liderado pelo Democratas, liderado pelo PRB, liderado pelo PP, liderado pelo PR e liderado pelo Solidariedade, um partido também extremamente importante pela sua representatividade."

Segundo ACM Neto, há uma "intenção indisfarçável" dos dirigentes partidários que compõe o bloco de apoiar Alckmin.

"No entanto cada partido tem a sua dinâmica própria. Eu não posso vocalizar pelo Democratas sem antes validar esse caminho com a minha base. Penso que os outros quatro partidos têm que cumprir o mesmo papel", explicou.

Segundo ele, há ainda algumas questões estaduais que estão sendo "aperfeiçoadas", mas sem oferecerem um "empecilho" à aliança.

Também presente no evento, o presidente do PRB, Marcos Montes, afirmou que "não há dúvida" sobre a preferência do partido por Geraldo Alckmin, mas é necessário fazer as consultas internas.

"Mas eu penso que estamos mais próximos (da aliança) do que ontem", pontuou.

Na quinta-feira, integrantes do blocão passaram o dia em conversas e reuniões, ocasião em que definiram que tomariam uma direção conjunta na disputa eleitoral e indicariam o empresário Josué Gomes (PR) para vice.

Decidiram ainda que o anúncio oficial do apoio a Alckmin ocorrerá na próxima quinta-feira, desde que sejam cumpridas algumas condições: a reeleição do atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e a busca de uma solução para o financiamento de sindicatos, após a extinção do imposto sindical.

Mais tarde nesta sexta-feira, em seu perfil no Twitter, Alckmin negou qualquer intenção em retomar o imposto sindical.

"Ao contrário do que está circulando nas redes, não vamos revogar nenhum dos principais pontos da reforma trabalhista. Não há plano de trazer de volta a contribuição sindical."

O blocão chegou a tender a um apoio ao candidato ao Planalto pelo PDT, Ciro Gomes. Mas uma contraofensiva dos tucanos somada à entrada do PR na negociação mudou o jogo, além de uma sucessão de atitudes do pedetista provocar uma mudança de humor entre os integrantes do grupo político.

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