Geraldo Alckmin: candidato do PSDB gastou cerca de R$ 51 milhões em campanha para a Presidência (Paulo Whitaker/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 8 de outubro de 2018 às 15h18.
São Paulo - O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) e o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB) gastaram, somados, R$ 104 milhões em suas campanhas para a Presidência da República, de acordo com dados atualizados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após o primeiro turno das eleições 2018. O emedebista foi o que mais gastou entre os candidatos ao Planalto, chegando a R$ 53,2 milhões em despesas, R$ 2 milhões a mais que o tucano.
Apesar do investimento, nenhum obteve votação suficiente para ir ao segundo turno, que será disputado por Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).
Alckmin teve 5 milhões de votos e terminou o primeiro turno em quarto lugar, pior resultado de um candidato do PSDB desde que o partido passou a polarizar a disputa presidencial com o PT, em 1994. Meirelles terminou em sétimo lugar, com quase 1,3 milhão de votos.
O valor total gasto pelas duas chapas representa 76% de todo o valor desembolsado por presidenciáveis nas eleições 2018. Ao todo, dez campanhas declararam até agora terem gastado R$ 137,6 milhões.
De acordo com a prestação de contas da campanha de Alckmin ao TSE, seu principal gasto foi com doações a outros candidatos e partidos coligados (R$ 16,5 milhões). Também pesou no caixa da campanha a produção de programas de rádio e TV, que custou por R$ 15 milhões.
As principais fontes de receitas da campanha foram os fundos partidário e eleitoral das legendas. Apenas a direção nacional do PSDB repassou R$ 53,1 milhões para a chapa.
Já Meirelles declarou apenas uma única fonte de receitas de sua campanha: seu próprio bolso. O emedebista doou R$ 54 milhões para a própria campanha e gastou a maior parte na produção de programas para rádio e TV, que custaram R$ 25,8 milhões.
A campanha ainda gastou R$ 6,4 milhões na criação e inclusão de páginas na internet e R$ 4,7 milhões na produção de material impresso.
A terceira campanha que mais gastou foi a de Haddad: R$ 12 milhões. Doações para outros candidatos e partidos coligados (R$ 4 milhões) e produção de programas para rádio e TV (R$ 2,7 milhões) foram as principais despesas do petista.
Ciro Gomes (PDT) declarou R$ 8,3 milhões em gastos. Deste valor, R$ 2,4 milhões foram com produção de material impresso e mais R$ 2,2 milhões em programas de TV e rádio.
Alvaro Dias (Podemos) declarou até agora despesas orçadas em R$ 5,7 milhões; Guilherme Boulos (PSOL), R$ 4,1 milhões; Jair Bolsonaro (PSL), que disputa o 2º turno, R$ 1,2 milhão; João Amoêdo (Novo), R$ 1 milhão; e Eymael (DC), R$ 215 mil.
O candidato que declarou o menor valor até agora é Cabo Daciolo (Patriota), que gastou R$ 808,92 com administração do sistema de vaquinha online.
Sem financiamento empresarial de campanhas, o valor total de despesas é consideravelmente menor que em pleitos anteriores.
Em 2014, 12 candidatos gastaram R$ 5 bilhões no 1º e no 2º turno. Neste ano, o TSE estabeleceu R$ 70 milhões como limite de gastos para o cargo de presidente da República no 1º turno, com acréscimo de R$ 35 milhões no 2º turno.
As chapas têm 30 dias contados da data do 1º turno para fazer a prestação de contas final. Marina Silva (Rede), João Goulart Filho (PPL) e Vera (PSTU) ainda não declararam nenhuma despesa, de acordo com o TSE.