Da Redação
Publicado em 7 de janeiro de 2012 às 08h02.
São Paulo – O governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (PSD) não deram o aval para o início da operação da Polícia Militar na Cracolândia, reportou neste sábado o jornal O Estado de São Paulo.
De acordo com a reportagem, as cúpulas da Segurança Pública, Assistência Social e Saúde das duas esferas de governo programavam a operação para fevereiro, depois da abertura de um centro de atendimento com capacidade para 1,2 mil pessoas na Rua Prates, no Bom Retiro. O objetivo seria evitar que os dependentes se espalhassem pela cidade após a ocupação da área, reporta o jornal.
A decisão teria sido precipitada por uma reunião de segundo escalão, na qual o Dr. Luís Alberto Chaves de Oliveira, o Laco, coordenador de Políticas sobre Drogas da Secretaria de Estado da Justiça, teria dito ao coronel Pedro Borges, comandante da região central de São Paulo, que o governador queria a operação. O coronel decidiu então colocar a operação em andamento na terça-feira sem avisar o Comando-Geral da PM, o governador ou o prefeito, diz o jornal.
A precipitação da operação teria causado mal estar dentro da própria Polícia Militar e entre as diferentes esferas do governo e diversos envolvidos tiveram que se explicar nos últimos dias, segundo a reportagem.
A Polícia Militar está ocupando a região da Cracolândia desde terça-feira. Críticos acusaram a ação de ser meramente “higienista”, pela falta de políticas sociais e de saúde associadas, e alegam que a operação apenas deixa o problema menos visível – ou mais disperso, já que os usuários de crack que ficavam na rua Helvétia, foco da ação, estão se movendo para outros pontos nas proximidades.