Brasil

Alckmin diz que recursos para Mover e Depreciação acelerada são do imposto de importação

Mover amplia as exigências de sustentabilidade da frota automotiva e depreciação acelerada funcionará como uma antecipação de receita para as empresas

Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Diogo Zacarias/ Palácio do Planalto/Flickr)

Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Diogo Zacarias/ Palácio do Planalto/Flickr)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 31 de dezembro de 2023 às 12h56.

O vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse neste domingo, 31, que impostos sobre importações bancarão duas novas medidas do governo: o programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover) e a depreciação acelerada.

Programa Mover

O Mover amplia as exigências de sustentabilidade da frota automotiva e estimula a produção de novas tecnologias nas áreas de mobilidade e logística, expandindo o antigo Rota 2030. O programa visa reduzir as emissões de carbono da indústria automotiva e custará R$ 3,5 bilhões em 2024, dos quais R$ 2,9 bilhões já estavam no Orçamento, de acordo com Alckmin. A diferença será custeada pela cobrança de impostos sobre a importação de veículos elétricos. Em novembro, o governo federal anunciou a retomada gradual da tributação sobre carros elétricos híbridos e híbridos plug-in comprados fora do País, a partir de janeiro de 2024.

"O Mover reduz IRPJ e CSLL, isso vai atrair investimentos para o Brasil", afirmou o vice-presidente. De acordo com ele, o programa estimula a produtividade e deixará a indústria mais moderna. Segundo o vice-presidente, isso colocará o Brasil na vanguarda da descarbonização.

"A partir de 2027, vamos ver quanto tem de pegada de carbono até o descarte de veículos", declarou Alckmin. O programa Mover foi instituído por meio de Medida Provisória, publicada neste sábado 30, que tem força de lei mesmo antes da aprovação pelo Congresso. "Mover começa em R$ 3,5 bilhões em 2024 e vai subir até chegar em R$ 4,1 bilhões em 2028", afirmou.

Depreciação acelerada

Já a depreciação acelerada tem como objetivo estimular a troca de máquinas e equipamentos na indústria nos próximos dois anos. Serão R$ 3,4 bilhões descontados no IRPJ e na CSLL no período, começando com R$ 1,7 bilhão em 2024. Isso seria bancado com a tributação de importações de placas solares. A depreciação acelerada funcionará como uma antecipação de receita para as empresas. Toda vez que adquire um bem de capital, a indústria pode abater seu valor nas declarações futuras de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e de Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL). Em condições normais, esse abatimento é gradual, feito em até 25 anos, à medida que o bem vai se depreciando.

Com a depreciação prevista no PL encaminhado ao Congresso pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o abatimento das máquinas adquiridas em 2024 poderá ser feito em apenas duas etapas - 50% no primeiro ano, 50% no segundo. A medida valerá para as aquisições ocorridas entre 1º de janeiro e 31 de dezembro do próximo ano.

"Pretendemos lançar uma segunda fase da Depreciação Acelerada daqui alguns meses", disse Alckmin. Ele afirmou que é necessário agir para o País crescer mais rápido.

Fiscal

Alckmin ainda elogiou as atuações do presidente Lula e do Poder Legislativo. Em relação à MP que derruba a desoneração da folha de pagamentos e prevê a reoneração dos setores gradativamente, ele disse acreditar no poder do diálogo entre os Poderes.

"A preocupação do governo sobre desoneração foi a respeito de constitucionalidade e déficit zero", pontuou.

Ele disse que 2023 foi um bom ano, citando as melhoras em indicadores econômicos como a cotação do dólar e o risco Brasil, além da queda nos juros. Ele também mencionou o aumento das exportações brasileiras.

"Lula está sendo muito fiel, ele falou em desenvolvimento inclusivo", declarou o vice-presidente.

Acompanhe tudo sobre:ImpostosGovernoIndústriaGeraldo Alckmin

Mais de Brasil

Justiça nega pedido da prefeitura de SP para multar 99 no caso de mototáxi

Carta aberta de servidores do IBGE acusa gestão Pochmann de viés autoritário, político e midiático

Ministra interina diz que Brasil vai analisar decisões de Trump: 'Ele pode falar o que quiser'

Bastidores: pauta ambiental, esvaziamento da COP30 e tarifaço de Trump preocupam Planalto