Protesto na Escola Estadual Fernão Dias Paes: até agora, o Estado acenava com a possibilidade de usar a polícia para desocupar os colégios (Rovena Rosa/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 19 de novembro de 2015 às 08h15.
São Paulo - O governador Geraldo Alckmin (PSDB) mudou nessa quarta-feira, 18, sua estratégia para lidar com a onda de invasões nas escolas estaduais.
Até agora, o Estado acenava com a possibilidade de usar a polícia para desocupar os colégios e, para tanto, procurou a Justiça a fim de obter a reintegração de posse das unidades.
"Já temos até reintegração (concedida) e não estamos usando ação policial. Eu mandei tirar toda polícia lá da frente da escola", disse Alckmin. Segundo ele, há aproveitamento político por trás do movimento de ocupações contra a reorganização da rede pública.
Na terça, o secretário da Educação, Herman Voorwald, afirmara que o Estado pediria a reintegração de posse das escolas ocupadas.
Nessa quarta, Alckmin deixou de desocupar duas unidades no Estado - uma em Osasco, na Grande São Paulo, e outra em Santa Cruz das Palmeiras. Em Osasco, mesmo com a decisão judicial, a polícia não cumpriu a ordem.
Nas demais ocupações - nesta quarta, eram 48, 23 na capital - também não havia presença de policiais, diferentemente do que ocorrera na semana passada, quando a Escola Fernão Dias Paes, em Pinheiros, na zona oeste, foi cercada por cem PMs por quatro dias.
Ocupações
O Ministério Público entrou com uma ação para barrar a reintegração da Escola Heloísa Assumpção, em Osasco. No entanto, o pedido foi negado pelo juiz Olavo Sá da Silva, que em sua decisão disse que, "o que importa é que a escola continue funcionando, e nada justifica a invasão perpetrada".
Apesar de mantida a decisão, até as 19h30 dessa quarta, 18, a polícia não havia cumprido a ordem. Já em Diadema a Justiça suspendeu a reintegração de posse da Escola Diadema, a primeira tomada pelos alunos na onda de ocupações.
A suspensão ocorreu após a Apeoesp, sindicato dos professores, entrar com recurso pedindo que a Justiça aguardasse o desfecho da audiência de conciliação, marcada para essa quarta na Justiça. Ariel Castro, do Conselho Estadual de Defesa da Pessoa Humana, disse que o acordo pode servir de modelo para lidar com as ocupações.