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Alckmin defende privatizações, mas exclui Petrobras e Banco do Brasil

Em discurso, o pré-candidato ao Planalto defendeu também a criação de um movimento de centro para a disputa deste ano

Alckmin: o tucano defendeu privatizações, disse que o Estado não é um bom empresário (Edson Lopes Jr./A2 Fotografia/Divulgação)

Alckmin: o tucano defendeu privatizações, disse que o Estado não é um bom empresário (Edson Lopes Jr./A2 Fotografia/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 27 de abril de 2018 às 13h14.

São Paulo - O pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, negou nesta sexta-feira que privatizará a Petrobras e o Banco do Brasil caso vença a eleição em outubro e defendeu a criação de um movimento de centro para a disputa pelo Palácio do Planalto.

Em palestra a sindicalistas promovida pela central sindical União Geral dos Trabalhadores (UGT) em um hotel na região central de São Paulo, o tucano defendeu privatizações, disse que o Estado não é um bom empresário, mas deixou o BB e a Petrobras fora da lista de estatais que passariam às mãos do setor provado em um eventual governo seu.

"Sou contra Estado empresário. O Estado é um péssimo empresário", defendeu Alckmin aos sindicalistas, quando indagado sobre privatizações. Ele lembrou da campanha presidencial de 2006, quando foi derrotado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e foi acusado pelo petista de privatista. De acordo com o tucano, Lula mentiu à época.

"Eu ia, como vou, privatizar. Mas não o Banco do Brasil e a Petrobras", garantiu.

Alckmin defendeu a existência de bancos estatais, ao mesmo tempo que criticou a alta concentração no setor bancário e apontou a necessidade de aumentar a concorrência.

"Precisamos trazer mais bancos", afirmou, apontando, por exemplo, o incentivo às startups financeiras, as chamadas fintechs.

O tucano voltou a afirmar que, se eleito, vai alterar a taxa de correção do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que passará a ser reajustado pela Taxa de Longo Prazo (TLP), e reiterou que sua equipe trabalha em um plano para dobrar a renda dos brasileiros em um tempo ainda a ser determinado.

"Estamos fechando os números para estabelecer uma meta para em x anos dobrar a renda. Quem ganha 2 mil, 4 mil. Quem ganha 4 mil, 8 mil", disse.

"O que precisa ser feito para a gente dobrar a renda do trabalhador? Abertura comercial, quanto nós temos que fazer de abertura comercial, qual a meta para poder dobrar a renda do trabalhador? Educação básica... Questão fiscal, no menor tempo possível gerar o déficit primário... Ganhos de produtividade, macros e microeconômicos, todos com meta para a gente poder atingir."

União de centro

O tucano fez uma defesa da reforma trabalhista, afirmando que ela veio para modernizar as relações de trabalho, ao mesmo tempo que disse que eventuais imperfeições devem ser corrigidas.

Ele também defendeu o fim do imposto sindical, tanto para trabalhadores quanto para empresários, mas apontou a necessidade de se buscar uma alternativa para o custeio dos sindicatos.

Alckmin disse estar trabalhando na construção de um movimento de convergência do que chamou de centro democrático. Evitando falar em nomes ou em partidos, ele, que também preside o PSDB, disse que está dialogando com todos os partidos neste sentido.

"Nós temos que ter um movimento, uma convergência no sentido de buscar caminhos. Vou trabalhar neste sentido, não só com partidos políticos, mas com a sociedade civil", afirmou.

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