Brasil

Alckmin decide congelar tarifas de trem e metrô em R$ 3,80

Com a decisão, o tucano encampa a promessa de campanha feita pelo prefeito eleito da capital e seu afilhado político, João Doria (PSDB)

Tarifas: historicamente, os reajustes nas tarifas do transporte público são feitos em conjunto no início de cada ano (CPTM/Divulgação)

Tarifas: historicamente, os reajustes nas tarifas do transporte público são feitos em conjunto no início de cada ano (CPTM/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de dezembro de 2016 às 19h59.

São Paulo - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), bateu o martelo e decidiu congelar em R$ 3,80 o valor das tarifas de trem e metrô na Grande São Paulo em 2017.

Assim, o tucano encampa a promessa de campanha feita pelo prefeito eleito da capital e seu afilhado político, João Doria (PSDB), de não subir o preço da passagem de ônibus na cidade no ano que vem.

Conforme o jornal O Estado de S. Paulo revelou nesta quinta-feira, 29, as análises sobre a viabilidade econômica e a forma de implantação do congelamento das tarifas estavam em fase de conclusão por técnicos da Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos.

A medida será anunciada nesta sexta-feira, 30, em evento de entrega de uma composição para a Linha 7-Rubi (Luz-Francisco Morato) da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), na Estação Brás, centro de São Paulo.

Alckmin e Doria devem detalhar no evento possíveis alterações nos preços de bilhetes especiais, como o diário, semanal e mensal de ônibus, que não foram reajustados neste ano, e a revisão das gratuidades para idosos com menos de 65 anos e estudantes para reduzir os danos financeiros provocados pelo congelamento.

Historicamente, os reajustes nas tarifas do transporte público são feitos em conjunto no início de cada ano. O último aumento (8,57%) ocorreu em 9 de janeiro deste ano, quando o valor das passagens subiu de R$ 3,50 para R$ 3,80.

Em 2013, Estado e Prefeitura aumentaram o valor da tarifa de R$ 3,00 para R$ 3,20, mas se viram obrigados revogar o reajuste após os protestos de junho.

Crise

A promessa de congelar a tarifa de ônibus foi feita por Doria durante a campanha eleitoral e acabou sendo mal recebida pela direção da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), que tem sofrido com queda dos repasses feitos pelo governo Alckmin e redução do número de passageiros por causa da crise econômica.

Somente neste ano, a companhia registrou um calote de R$ 332,7 milhões do Estado, que deixou de repassar valores referentes à compensação tarifária à estatal para quitar obrigações contratuais com a concessionária privada que opera a Linha 4-Amarela, e já fez acordo para parcelar cerca de R$ 150 milhões em dívidas com fornecedores por causa da redução de suas receitas.

No caso dos ônibus, estimativas feitas por técnicos da Comissão de Transportes da Câmara Municipal apontam que o congelamento da tarifa de ônibus deve custar cerca de R$ 750 milhões a mais em subsídios pagos pela Prefeitura para a operação do sistema de transporte público municipal.

A equipe de Doria prevê custos adicionais de R$ 550 milhões.

Neste ano, a previsão é de que os subsídios superem os R$ 2,5 bilhões. Doria tem dito que vai usar a economia gerada nos cortes de 15% dos contratos com fornecedores da Prefeitura, de 30% dos cargos comissionados e de 35% nas verbas de custeio das secretarias (exceto Saúde, Educação e Segurança) para conseguir cumprir a promessa de campanha.

Acompanhe tudo sobre:Geraldo AlckminJoão Doria JúniorMetrô de São PauloSão Paulo capital

Mais de Brasil

Brasil pode ser líder em aço verde se transformar indústria com descarbonização, dizem pesquisadores

Cassinos físicos devem ser aprovados até 2026 e temos tecnologia pronta, diz CEO da Pay4fun

Com aval de Bolsonaro, eleição em 2026 entre Lula e Tarcísio seria espetacular, diz Maia

Após ordem de Moraes, Anatel informa que operadoras bloquearam acesso ao Rumble no Brasil