Geraldo Alckmin: "para entregar a Fradique Coutinho (em 2014) já foi um sufoco, ficamos em cima, 24 horas apertando até entregar" (Divulgação/Facebook/Geraldo Alckmin)
Da Redação
Publicado em 8 de junho de 2015 às 07h47.
São Paulo - Após o governador Geraldo Alckmin (PSDB) ameaçar romper os contratos das obras de extensão da Linha 4-Amarela por causa dos sucessivos atrasos, a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) não só manteve o consórcio responsável pela execução do projeto à frente de um dos lotes do empreendimento como decidiu pagar mais R$ 20,4 milhões para que seja concluído, o que deveria ter ocorrido em 2014.
O aditivo contratual, assinado no começo de abril com o consórcio Isolux-Corsán-Corviam, da Espanha, prevê a conclusão das Estações Higienópolis-Mackenzie e Oscar Freire, além do pátio de manobras Vila Sônia, na zona sul da capital.
Conforme o Estado revelou em janeiro, as obras estavam parcialmente paradas desde novembro. Segundo o governo Alckmin, por causa de dificuldades financeiras do consórcio.
Trata-se do segundo acréscimo de valor ao contrato assinado em 2012, que saltou de R$ 172,9 milhões para R$ 212,3 milhões.
Em março do ano passado, quando o trecho da linha deveria ter sido entregue, o Metrô já havia desembolsado mais R$ 18,9 milhões para o consórcio espanhol, que também executa o segundo lote da linha, onde estão previstas as Estações São Paulo-Morumbi e Vila Sônia.
Em fevereiro, Alckmin disse que já havia contatado o Banco Mundial, financiador das obras, para fazer a rescisão. Ele afirmou que o próximo passo seria chamar a segunda colocada no certame para assumir o projeto ou fazer nova licitação.
"Para entregar a Fradique Coutinho (em 2014) já foi um sufoco, ficamos em cima, 24 horas apertando até entregar", disse o governador. "As outras não têm jeito, porque você vai lá e não tem equipamento", completou.
Em março, após reunião com representantes do Banco Mundial, o Metrô anunciou que as obras do lote 1 seriam retomadas em abril e concluídas em um ano, mas sem informar que elas ficariam R$ 20,4 milhões mais caras.
Quanto ao lote 2, a companhia anunciou que irá rescindir o contrato de R$ 386,2 milhões com o Consórcio liderado pela Isolux e fará nova licitação, ainda sem data definida.
Em nota, o Metrô informou que o aditivo pago no primeiro lote será usado no "tratamento de solo no entorno do poço de escavação do acesso (da Rua) Piauí para recompor o terreno fragilizado" na Higienópolis-Mackenzie e na "ampliação das salas técnicas para adequar os equipamentos a serem instalados" na Oscar Freire. As duas estão previstas agora para 2016.
O dinheiro extra também prevê, segundo a companhia, "alteração do tipo de estaqueamento dos blocos de manutenção e do processo construtivo" no pátio da Vila Sônia, que já abriga os trens da Linha 4-Amarela, operados pela empresa privada ViaQuatro, do Grupo CCR.
Até 2018
As Estações São Paulo-Morumbi e Vila Sônia só devem ser concluídas em 2017 e 2018, respectivamente. A reportagem não conseguiu contato com o consórcio da Isolux. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.