Santa Casa: até início de 2014, o Ministério da Saúde foi comandado por Alexandre Padilha (PT), agora adversário de Alckmin nas eleições ao governo de São Paulo (Smsantacasasp/WikimediaCommons)
Da Redação
Publicado em 23 de julho de 2014 às 19h36.
Palmital (SP) - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à reeleição, culpou nesta quarta-feira, 23, o governo federal pela crise nas Santas Casas de Misericórdia, as quais, segundo ele, devem R$ 16 bilhões.
A dívida ocorreu porque o "governo federal está saindo do financiamento da saúde", com a falta de correção na tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) usada para o pagamento de procedimentos médico-hospitalares feitos por hospitais filantrópicos.
"É óbvio", disse, ao ser perguntado se a culpa de crises como a suspensão do atendimento de emergência na Santa Casa de São Paulo seria da administração federal.
"Temos uma máxima na medicina que diz 'suprima a causa que o efeito cessa'. A causa é a economicidade porque a população ficou mais velha, a medicina, mais cara, e o governo, que participava com 60% do financiamento, e agora participa com 46%", explicou. "O governo mais rico diminui a participação não corrigindo a tabela do SUS."
Até o início de 2014, o Ministério da Saúde foi comandado pelo então ministro Alexandre Padilha (PT), agora adversário de Alckmin nas eleições ao governo de São Paulo.
Sem citar Padilha, o governador de São Paulo rebateu as críticas feitas por ele de que o governo paulista não contribuiria para a economia de água no Palácio dos Bandeirantes em plena crise de abastecimento no Estado.
"Política tem de fazer com respeito e verdade. Nos últimos 13 anos, houve 60,3% de redução de consumo de água e este ano, comparado janeiro a junho, foram 702 metros cúbicos a menos que em igual período de 2013", disse, sem citar, no entanto, a variação semestral de economia de água.
Alckmin rebateu ainda a previsão da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, dizendo que em 2015 o Sistema Cantareira, que abastece a Grande São Paulo, não corria o risco de não ter oferta do líquido. Ele garantiu o abastecimento de água e ainda previu que a situação deve melhorar a partir de setembro, com o retorno das chuvas mais constantes.