Geraldo Alckmin: "Comprovado qualquer tipo de cartel (...) todas elas serão processadas e declaradas inidôneas e o Estado ressarcido desse recurso" (Marcelo Camargo/ABr)
Da Redação
Publicado em 25 de setembro de 2013 às 15h32.
Campinas - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), evitou comentar a ligação direta entre Vinícius Marques de Carvalho, presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) - órgão que investiga o cartel dos trens - e o deputado estadual Simão Pedro (PT), autor da denúncia, mas disse que vai cobrar apuração rigorosa do caso.
O jornal O Estado de S. Paulo revelou nesta quarta-feira, 25, que ele foi assessor do parlamentar entre 2003 e 2004 e omitiu o dado de currículos oficiais.
"Não vou... o que nós queremos é apuração. Apuração rigorosa", desconversou o governador em visita a Araras, no interior de São Paulo, na manhã desta quarta-feira. "Se nós já tivéssemos tido acesso às informações no começo, nós já estávamos até com um trabalho maior", afirmou Alckmin.
O governador lembrou que já entrou com ação na Justiça contra a Siemens, empresa alemã que fechou acordo de leniência com o Cade e admitiu a existência de cartel e pagamento de propina envolvendo contratos do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), durante as gestões do PSDB entre 1998 e 2008.
"Comprovado qualquer tipo de cartel, que é um conluio entre empresas contra o Estado, todas elas serão processadas e declaradas inidôneas e o Estado ressarcido desse recurso", voltou a dizer Alckmin.
O PSDB apontou interesses políticos por trás das investigações do Cade e foi à Justiça para ter acesso ao processo de apuração do órgão, que regula a concorrência empresarial no país.
"Infelizmente não nos deram acesso. Nós fomos à Justiça, obtivemos o acesso por via judicial, abrimos um processo na Corregedoria Geral da Administração", conclui Alckmin. O trabalho de apuração interna do governo do Estado foi divulgado esta semana.